Eu havia feito um post ontem mesmo, mas desisti de postá-lo: pessoal demais. Aliás, o problema não é nem ser pessoal - todos os posts aqui o serão. O problema é o grau de intimidade a expôr. E como a intenção do blog não é dividir coisas tão íntimas, visto que não tive boas experiências dividindo muito com muitos, resolvi mudar o assunto.
A propósito, passei a me precaver um pouco de uns tempos pra cá. A última medida por colocar cadeadinho nos álbuns, apagar recados e deixar tudo um pouco mais privado. Vocês podem se perguntar: nossa, mas por que você fez isso agora se tem orkut desde 2005?
A limpeza dos recados foi porque deu vontade mesmo. Só que enquanto eu apagava quase 7000 recados, fui dando graças a Deus por tê-lo feito. Fiquei constrangida com alguns recados que troquei de que nem me lembrava. Fiquei constrangida por ter sido idiota nas mãos de algumas pessoas. Fiquei sentida por algum tempo quando vi que muito do sentimento contido em alguns recados simplesmente evaporara. Aparentemente, os recados foram apagados muito depois de coisas mais reais terem sido apagadas. É uma lástima, mas já me disseram que deixamos muito pra trás quando seguimos em frente.
Apaguei também depoimentos, sendo a maioria de pessoas com as quais não tenho o mínimo contato hoje em dia e para as quais nem sei a razão de ter deixado depoimento. Outros apaguei por auto-vergonha.
Por que estou falando isso? Olha, na verdade, o post simplesmente fluiu dessa maneira até agora. Eu ia falar do Ano Novo; eu ia falar da falta de cabimento da minissérie Dalva e Herivelto; eu ia falar de como gosto do mar. Mas, felizmente, tomei outro rumo. Os anos são passageiros; algumas pessoas também o são.
Eu já percebera isso antes, ao longo deste ano que hoje termina. Neste ano, diminuí meu tempo na Internet. De certa maneira, isso foi o bastante para que eu perdesse contato com muitas pessoas de que gostava, pelas quais tinha/tenho muita consideração. Algumas relações, apesar da limitação, permaneceram; outras, se desgastaram. Podem dizer que faz parte, que pessoas vem e vão: eu concordo com isso. E sei que não aconteceu somente comigo.
Na minha vida, muitos 'amigos' desapareceram. Obviamente, sei hoje que não eram amigos. Não, eu nunca tive muitos amigos. Posso dizer que passei a minha vida toda com um ou dois deles. Às vezes, até nenhum. Colegas foram muitos; colegas falsos, mais ainda. O vazio que isso me criou é surpreendente. Não estou me fazendo de coitada, pois sei que muitas vezes o meu jeito e minhas atitudes foram responsáveis por criar esse bloqueio, essa dificuldade em me relacionar, em fazer amizades.
Aprendi que é preciso abrir um pouco mais a cabeça em se tratando de pessoas. Já julguei muita gente por conta de gostos, de atitudes, etc. E eu reclamava horrores quando me julgavam por eu ser mais quieta, gostar menos de sair, gostar mais de estudar. Pois é, eu não era muito diferente daqueles que criticava, não. E foi preciso que eu amadurecesse, sofresse muito, para entender finalmente a razão de minha vida ter tomado esse rumo.
Também estou ciente de que minha carência extrema foi responsável por momentos de ilusão. Perdi a conta de quantas vezes tinha certeza de que uma pessoa era minha amiga porque me pedira um favor ou conversara comigo por 5 segundos. E quantas vezes me entusiasmei ao conhecer alguém que considerava legal! Quantas vezes julguei ter encontrado meu melhor amigo por passar 1h forçando uma conversa com alguém que mais tarde percebia não gostar de mim?
Quanta dor isso gerou, meu Deus do céu? Muita, muita dor. Isso acentuou ainda mais minha dificuldade em me relacionar até eu entender que o problema não era o outro, mas eu mesma. Sei que minhas reclamações sobre meu tédio nas férias são conseqüência desse passado. Sei que não posso fazer o tempo voltar, por mais que agora eu saiba como deveria ter agido. Sei que não posso recuperar pessoas nem situações.
Nem é isso que eu quero. Não quero reviver: quero aprender a viver. Quero que os anos sejam passageiros, mas que pessoas sejam duradouras. Quero ser capaz de me lembrar do que escrevi aqui, hoje, porque nos momentos de fraqueza, tenho a tendência de me focar no problema e entrar em desespero. Quero ser paciente, quero ser forte, quero ser menos egoísta. Quero ser capaz de não causar uma impressão negativa nas pessoas. Quero ser menos chorosa, fazer menos reclamações, ser mais otimista.
Quero, sim, um ano novo em que eu seja capaz de fazer exatamente como Luís de Camões disse:
A propósito, passei a me precaver um pouco de uns tempos pra cá. A última medida por colocar cadeadinho nos álbuns, apagar recados e deixar tudo um pouco mais privado. Vocês podem se perguntar: nossa, mas por que você fez isso agora se tem orkut desde 2005?
A limpeza dos recados foi porque deu vontade mesmo. Só que enquanto eu apagava quase 7000 recados, fui dando graças a Deus por tê-lo feito. Fiquei constrangida com alguns recados que troquei de que nem me lembrava. Fiquei constrangida por ter sido idiota nas mãos de algumas pessoas. Fiquei sentida por algum tempo quando vi que muito do sentimento contido em alguns recados simplesmente evaporara. Aparentemente, os recados foram apagados muito depois de coisas mais reais terem sido apagadas. É uma lástima, mas já me disseram que deixamos muito pra trás quando seguimos em frente.
Apaguei também depoimentos, sendo a maioria de pessoas com as quais não tenho o mínimo contato hoje em dia e para as quais nem sei a razão de ter deixado depoimento. Outros apaguei por auto-vergonha.
Por que estou falando isso? Olha, na verdade, o post simplesmente fluiu dessa maneira até agora. Eu ia falar do Ano Novo; eu ia falar da falta de cabimento da minissérie Dalva e Herivelto; eu ia falar de como gosto do mar. Mas, felizmente, tomei outro rumo. Os anos são passageiros; algumas pessoas também o são.
Eu já percebera isso antes, ao longo deste ano que hoje termina. Neste ano, diminuí meu tempo na Internet. De certa maneira, isso foi o bastante para que eu perdesse contato com muitas pessoas de que gostava, pelas quais tinha/tenho muita consideração. Algumas relações, apesar da limitação, permaneceram; outras, se desgastaram. Podem dizer que faz parte, que pessoas vem e vão: eu concordo com isso. E sei que não aconteceu somente comigo.
Na minha vida, muitos 'amigos' desapareceram. Obviamente, sei hoje que não eram amigos. Não, eu nunca tive muitos amigos. Posso dizer que passei a minha vida toda com um ou dois deles. Às vezes, até nenhum. Colegas foram muitos; colegas falsos, mais ainda. O vazio que isso me criou é surpreendente. Não estou me fazendo de coitada, pois sei que muitas vezes o meu jeito e minhas atitudes foram responsáveis por criar esse bloqueio, essa dificuldade em me relacionar, em fazer amizades.
Aprendi que é preciso abrir um pouco mais a cabeça em se tratando de pessoas. Já julguei muita gente por conta de gostos, de atitudes, etc. E eu reclamava horrores quando me julgavam por eu ser mais quieta, gostar menos de sair, gostar mais de estudar. Pois é, eu não era muito diferente daqueles que criticava, não. E foi preciso que eu amadurecesse, sofresse muito, para entender finalmente a razão de minha vida ter tomado esse rumo.
Também estou ciente de que minha carência extrema foi responsável por momentos de ilusão. Perdi a conta de quantas vezes tinha certeza de que uma pessoa era minha amiga porque me pedira um favor ou conversara comigo por 5 segundos. E quantas vezes me entusiasmei ao conhecer alguém que considerava legal! Quantas vezes julguei ter encontrado meu melhor amigo por passar 1h forçando uma conversa com alguém que mais tarde percebia não gostar de mim?
Quanta dor isso gerou, meu Deus do céu? Muita, muita dor. Isso acentuou ainda mais minha dificuldade em me relacionar até eu entender que o problema não era o outro, mas eu mesma. Sei que minhas reclamações sobre meu tédio nas férias são conseqüência desse passado. Sei que não posso fazer o tempo voltar, por mais que agora eu saiba como deveria ter agido. Sei que não posso recuperar pessoas nem situações.
Nem é isso que eu quero. Não quero reviver: quero aprender a viver. Quero que os anos sejam passageiros, mas que pessoas sejam duradouras. Quero ser capaz de me lembrar do que escrevi aqui, hoje, porque nos momentos de fraqueza, tenho a tendência de me focar no problema e entrar em desespero. Quero ser paciente, quero ser forte, quero ser menos egoísta. Quero ser capaz de não causar uma impressão negativa nas pessoas. Quero ser menos chorosa, fazer menos reclamações, ser mais otimista.
Quero, sim, um ano novo em que eu seja capaz de fazer exatamente como Luís de Camões disse:
Jamais haverá um ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos
Feliz 2010 para todos! E que todos tenham um ano em que aprendam a viver e que sejam felizes!