Após um esperado sumiço por conta da falta de tempo, resolvi fazer mais um post. Quando coloquei a cabeça no travesseiro ontem à noite, as idéias fervilharam. O que levou a isso? O famigerado e vexatório vídeo postado pela criatura sem graça de óculos escuros que pode ser visto aqui. Não estou aqui para dizer o óbvio (i.e. ele é um babaca sem informação alguma que repete apenas o que aprendeu com seus professores de História do ensino médio). Muito menos para a ele que desça do alto de seu pedestal e assuma que não é infalível. Não, deixo essa tarefa para tantas outras pessoas que não suportam essa criatura.
No entanto, o vídeo teve lá sua serventia. Sim, é um vídeo sobre política em época de eleições. Mas, antes de mais nada, é um vídeo que comprova uma situação preocupante: o analfabetismo político. Felipe Neto, nesse vídeo, diz que as pessoas não gostam de política. Na verdade, as pessoas não conhecem política. Saber quem é o governador, o vereador, o presidente não significa conhecer política. Isso é obrigação, não conhecimento.
Conhecer política significa estar ciente do peso que a sua decisão tem para o Brasil, por mais pequeno que isso possa parecer a você. Conhecer política significa saber por que os projetos de lei demoram tanto tempo a serem aprovados, por que não se pode simplesmente sair fazendo reformas tributárias, agrárias, educacionais do dia para a noite. As nossas vontades e a nossa idéia do que é certo não se transformam em realidade do dia para a noite porque dependemos de fatores estruturais e conjunturais inimagináveis. Ou vocês acham que a Revolução Francesa surgiu em um dia e foi instaurada em outro? Não, isso demora. Mas isso demora menos se soubermos muito bem quem irá nos representar no governo.
Outro sintoma forte do analfabetismo político é a inconseqüência. Minha irmã me contou que nossa vizinha disse com convicção que venderia seu voto caso fosse bem paga. Isso é alarmante e de uma ignorância tão grande! Quer dizer, você vende seu voto por R$ 100 para garantir que o indivíduo tenha poder o suficiente para arrancar muito mais dinheiro de muitas outras pessoas. É tão complicado raciocionar por essa perspectiva? Se alguém é capaz de transgredir a lei para chegar o poder, o que faria com mais poder? Ou você acha que como eleitor dessa pessoa não está sujeito a sofrer as conseqüências? Uma pessoa assim conhece política? Não.
Fico preocupada quando algumas pessoas se mostram alheias às eleições. Assistir às propagandas políticas para zombar de Maguila, Vampeta, Mulher Pêra, Tiririca, Marcelinho Carioca, etc, é realmente divertido. Agora, não conhecer a importância das propagandas para as eleições me deixa frustrada. Pesquisar o passado dos candidatos em portais especializados na Internet também é de grande ajuda para conhecer bem em quem você votará. É bom ter opções, é bom saber que há mais de uma pessoa que você considera apta a participar do governo. É uma piada votar no mais famoso.
O analfabetismo político cria os xiitas de plantão. Esses são aqueles que, por alguma razão, são totalmente avessos a determinado partido usando-se de argumentos tais como: "esse partido é imundo!", "todos lá são corruptos e ladrões!", "não vou com a cara desse partido", entre outros. Quando eu estava no colegial, já passei por essa fase. Eu odiava o Lula porque meu pai odiava ele também. Motivo? Nenhum. No mais, que ele era analfabeto e, portanto, sem dignidade alguma para ter o poder. Horrível, não? Depois de muita pesquisa, passou. Depois de abrir a minha cabeça e perceber para que servem de fato os partidos, eu entendi que candidatos independem mais deles do que imaginamos. O analfabetismo pode, então, ser revertido. Ou não.
Minha mãe, nesta semana, criticou a participação do Lula na campanha da Dilma. Eu disse que isso não é proibido e que candidatos do PSDB, que ela tanto admira, já fizeram isso antes. Acrescentei que ela só se incomodava com isso porque ela odiava a Dilma. Ela confirmou e acrescentou "aquela mulher é horrorosa". Minha irmã me perguntou em que eu votaria para presidente. Ela se indignou quando contei, pois também odeia o PT sem nenhuma razão. Ela não vê jornais, não lê revistas e não se preocupa com política. É o retrato das pessoas da idade dela. Mas foi só eu começar a enumerar os motivos por trás do meu voto que ela se mostrou totalmente sem justificativas para seu pensamento. Levantou e saiu da sala.
O analfabetismo político é disseminado por pessoas como Felipe Neto que se aventuram a fazer revoltas sem causa sem darem importância ao poder de influência que possuem em relação a seu público. Eu acredito que é meio tarde para se ensinar novos truques a cachorros velhos, ou seja, não há cura para as pessoas criadas numa sociedade mais tradicional que foram ensinadas a amar ou odiar determinado partido. O mesmo não se aplica às gerações mais novas. Elas têm muitas ferramentas às mãos para decidirem o próprio rumo, certamente. O que falta? Perceber que quem tem poder não é somente quem governa.
No entanto, o vídeo teve lá sua serventia. Sim, é um vídeo sobre política em época de eleições. Mas, antes de mais nada, é um vídeo que comprova uma situação preocupante: o analfabetismo político. Felipe Neto, nesse vídeo, diz que as pessoas não gostam de política. Na verdade, as pessoas não conhecem política. Saber quem é o governador, o vereador, o presidente não significa conhecer política. Isso é obrigação, não conhecimento.
Conhecer política significa estar ciente do peso que a sua decisão tem para o Brasil, por mais pequeno que isso possa parecer a você. Conhecer política significa saber por que os projetos de lei demoram tanto tempo a serem aprovados, por que não se pode simplesmente sair fazendo reformas tributárias, agrárias, educacionais do dia para a noite. As nossas vontades e a nossa idéia do que é certo não se transformam em realidade do dia para a noite porque dependemos de fatores estruturais e conjunturais inimagináveis. Ou vocês acham que a Revolução Francesa surgiu em um dia e foi instaurada em outro? Não, isso demora. Mas isso demora menos se soubermos muito bem quem irá nos representar no governo.
Outro sintoma forte do analfabetismo político é a inconseqüência. Minha irmã me contou que nossa vizinha disse com convicção que venderia seu voto caso fosse bem paga. Isso é alarmante e de uma ignorância tão grande! Quer dizer, você vende seu voto por R$ 100 para garantir que o indivíduo tenha poder o suficiente para arrancar muito mais dinheiro de muitas outras pessoas. É tão complicado raciocionar por essa perspectiva? Se alguém é capaz de transgredir a lei para chegar o poder, o que faria com mais poder? Ou você acha que como eleitor dessa pessoa não está sujeito a sofrer as conseqüências? Uma pessoa assim conhece política? Não.
Fico preocupada quando algumas pessoas se mostram alheias às eleições. Assistir às propagandas políticas para zombar de Maguila, Vampeta, Mulher Pêra, Tiririca, Marcelinho Carioca, etc, é realmente divertido. Agora, não conhecer a importância das propagandas para as eleições me deixa frustrada. Pesquisar o passado dos candidatos em portais especializados na Internet também é de grande ajuda para conhecer bem em quem você votará. É bom ter opções, é bom saber que há mais de uma pessoa que você considera apta a participar do governo. É uma piada votar no mais famoso.
O analfabetismo político cria os xiitas de plantão. Esses são aqueles que, por alguma razão, são totalmente avessos a determinado partido usando-se de argumentos tais como: "esse partido é imundo!", "todos lá são corruptos e ladrões!", "não vou com a cara desse partido", entre outros. Quando eu estava no colegial, já passei por essa fase. Eu odiava o Lula porque meu pai odiava ele também. Motivo? Nenhum. No mais, que ele era analfabeto e, portanto, sem dignidade alguma para ter o poder. Horrível, não? Depois de muita pesquisa, passou. Depois de abrir a minha cabeça e perceber para que servem de fato os partidos, eu entendi que candidatos independem mais deles do que imaginamos. O analfabetismo pode, então, ser revertido. Ou não.
Minha mãe, nesta semana, criticou a participação do Lula na campanha da Dilma. Eu disse que isso não é proibido e que candidatos do PSDB, que ela tanto admira, já fizeram isso antes. Acrescentei que ela só se incomodava com isso porque ela odiava a Dilma. Ela confirmou e acrescentou "aquela mulher é horrorosa". Minha irmã me perguntou em que eu votaria para presidente. Ela se indignou quando contei, pois também odeia o PT sem nenhuma razão. Ela não vê jornais, não lê revistas e não se preocupa com política. É o retrato das pessoas da idade dela. Mas foi só eu começar a enumerar os motivos por trás do meu voto que ela se mostrou totalmente sem justificativas para seu pensamento. Levantou e saiu da sala.
O analfabetismo político é disseminado por pessoas como Felipe Neto que se aventuram a fazer revoltas sem causa sem darem importância ao poder de influência que possuem em relação a seu público. Eu acredito que é meio tarde para se ensinar novos truques a cachorros velhos, ou seja, não há cura para as pessoas criadas numa sociedade mais tradicional que foram ensinadas a amar ou odiar determinado partido. O mesmo não se aplica às gerações mais novas. Elas têm muitas ferramentas às mãos para decidirem o próprio rumo, certamente. O que falta? Perceber que quem tem poder não é somente quem governa.