terça-feira, 7 de setembro de 2010

Se é pra fazer, faz direito, p....

É com esse título revoltado que dou início ao post de hoje. Não, ele não terá absolutamente nada a ver com a data comemorativa de hoje. Independência? De quem? Somente essas três palavras renderiam uma longa postagem. O texto de hoje será relativamente curto, aliás.

Ao pedir que façam direito, me refiro às propagandas eleitorais. Eu sei que comprar horário político é caro, mas nem por isso é uma restrição tão grande assim. Vide a propaganda da Marina Silva: simples, objetiva e completa. Aquela mulher sabe ser coerente, concisa e coesa em seus poucos segundos de propaganda. E não precisa se apoiar em ataques pessoais a outros partidos para demonstrar quão séria é.

Esse, a propósito, tem sido meu maior problema com essas campanhas. É totalmente desnecessário criticar pessoalmente outros candidatos. A maior prova de que uma pessoa é apta e capaz de fazer um bom trabalho é justamente não desmerecer e atacar os adversários. Eu sinceramente perdi grande parte do respeito que tinha tanto pela Dilma, quanto pelo Serra. As propostas de ambos não diferem tanto assim para que se degladiem como duas baratas tontas.

Quem dera isso fosse o pior das propagandas. É absurdo que pessoas que se dizem preparadas para governar o país se apoiem em causas descabidas como confiscar o latifúndio, acabar com os impostos, reduzir drasticamente a jornada de trabalho e estatizar as empresas brasileiras. O que é pertinente é a reforma tributária, não o fim dos impostos. Vocês sabem o que os impostos financiam, no final das contas? Em relação a fiscalizar as terras, de que forma isso ajuda o país? A reforma agrária, sim, é possível. O confisco de terras serviria somente pra gerar um motim...

E aquela campanha que detona a Petrobras afirmando que os funcionários não recebem benefício algum da empresa e convivem com situações de periculosidade e insalubridade? Isso é ignorância completa, pra ser educada. Os funcionários convivem com essas condições porque a indústria do petróleo é assim. Eles optam por esse emprego sabendo dos riscos. Aliás, a Petrobras é uma empresa muito segura e que investe muito na saúde e na segurança dos empregados. Estes, a propósito, recebem diversos benefícios e têm salários muito maiores do que a maioria dos brasileiros. A Petrobras não beneficia somente os especuladores de NY, visto que suas ações são comercializadas inclusive na Bovespa! E o desenvolvimento social promovido pela empresa? Ela faz um dos maiores investimentos do país em diversos setores, desde a educação, até lazer, cultura, saúde e esporte.

A instalação do comunismo por si só é uma proposta sem causa. Vocês acham mesmo que isso é possível? Vocês acham que é isso que todos querem, que todos aceitariam no mundo atual? A mentalidade brasileira se desenvolveu a tal ponto que as políticas sociais são, sim, muito apreciadas. Mas o comunismo em si, não. Quem aceitaria isso? De que modo vocês expulsariam as multinacionais do país? Onde empregariam a população? Tirariam o sustento de onde? A conjuntura internacional permitiria? Como é possível viver num mundo globalizado sem contato com o restante do mundo? O regresso é o destino.

Por fim, o menor de todos os problemas é saber que eles separam sujeito do predicado com vírgula nas legendas que fazem para os deficientes auditivos...

Eu tenho medo de saber que convivo num país em que os ditos representantes do povo têm mentalidade retrógrada e arcaica.

domingo, 22 de agosto de 2010

Analfabetismo político

Após um esperado sumiço por conta da falta de tempo, resolvi fazer mais um post. Quando coloquei a cabeça no travesseiro ontem à noite, as idéias fervilharam. O que levou a isso? O famigerado e vexatório vídeo postado pela criatura sem graça de óculos escuros que pode ser visto aqui. Não estou aqui para dizer o óbvio (i.e. ele é um babaca sem informação alguma que repete apenas o que aprendeu com seus professores de História do ensino médio). Muito menos para a ele que desça do alto de seu pedestal e assuma que não é infalível. Não, deixo essa tarefa para tantas outras pessoas que não suportam essa criatura.

No entanto, o vídeo teve lá sua serventia. Sim, é um vídeo sobre política em época de eleições. Mas, antes de mais nada, é um vídeo que comprova uma situação preocupante: o analfabetismo político. Felipe Neto, nesse vídeo, diz que as pessoas não gostam de política. Na verdade, as pessoas não conhecem política. Saber quem é o governador, o vereador, o presidente não significa conhecer política. Isso é obrigação, não conhecimento.

Conhecer política significa estar ciente do peso que a sua decisão tem para o Brasil, por mais pequeno que isso possa parecer a você. Conhecer política significa saber por que os projetos de lei demoram tanto tempo a serem aprovados, por que não se pode simplesmente sair fazendo reformas tributárias, agrárias, educacionais do dia para a noite. As nossas vontades e a nossa idéia do que é certo não se transformam em realidade do dia para a noite porque dependemos de fatores estruturais e conjunturais inimagináveis. Ou vocês acham que a Revolução Francesa surgiu em um dia e foi instaurada em outro? Não, isso demora. Mas isso demora menos se soubermos muito bem quem irá nos representar no governo.

Outro sintoma forte do analfabetismo político é a inconseqüência. Minha irmã me contou que nossa vizinha disse com convicção que venderia seu voto caso fosse bem paga. Isso é alarmante e de uma ignorância tão grande! Quer dizer, você vende seu voto por R$ 100 para garantir que o indivíduo tenha poder o suficiente para arrancar muito mais dinheiro de muitas outras pessoas. É tão complicado raciocionar por essa perspectiva? Se alguém é capaz de transgredir a lei para chegar o poder, o que faria com mais poder? Ou você acha que como eleitor dessa pessoa não está sujeito a sofrer as conseqüências? Uma pessoa assim conhece política? Não.

Fico preocupada quando algumas pessoas se mostram alheias às eleições. Assistir às propagandas políticas para zombar de Maguila, Vampeta, Mulher Pêra, Tiririca, Marcelinho Carioca, etc, é realmente divertido. Agora, não conhecer a importância das propagandas para as eleições me deixa frustrada. Pesquisar o passado dos candidatos em portais especializados na Internet também é de grande ajuda para conhecer bem em quem você votará. É bom ter opções, é bom saber que há mais de uma pessoa que você considera apta a participar do governo. É uma piada votar no mais famoso.

O analfabetismo político cria os xiitas de plantão. Esses são aqueles que, por alguma razão, são totalmente avessos a determinado partido usando-se de argumentos tais como: "esse partido é imundo!", "todos lá são corruptos e ladrões!", "não vou com a cara desse partido", entre outros. Quando eu estava no colegial, já passei por essa fase. Eu odiava o Lula porque meu pai odiava ele também. Motivo? Nenhum. No mais, que ele era analfabeto e, portanto, sem dignidade alguma para ter o poder. Horrível, não? Depois de muita pesquisa, passou. Depois de abrir a minha cabeça e perceber para que servem de fato os partidos, eu entendi que candidatos independem mais deles do que imaginamos. O analfabetismo pode, então, ser revertido. Ou não.

Minha mãe, nesta semana, criticou a participação do Lula na campanha da Dilma. Eu disse que isso não é proibido e que candidatos do PSDB, que ela tanto admira, já fizeram isso antes. Acrescentei que ela só se incomodava com isso porque ela odiava a Dilma. Ela confirmou e acrescentou "aquela mulher é horrorosa". Minha irmã me perguntou em que eu votaria para presidente. Ela se indignou quando contei, pois também odeia o PT sem nenhuma razão. Ela não vê jornais, não lê revistas e não se preocupa com política. É o retrato das pessoas da idade dela. Mas foi só eu começar a enumerar os motivos por trás do meu voto que ela se mostrou totalmente sem justificativas para seu pensamento. Levantou e saiu da sala.

O analfabetismo político é disseminado por pessoas como Felipe Neto que se aventuram a fazer revoltas sem causa sem darem importância ao poder de influência que possuem em relação a seu público. Eu acredito que é meio tarde para se ensinar novos truques a cachorros velhos, ou seja, não há cura para as pessoas criadas numa sociedade mais tradicional que foram ensinadas a amar ou odiar determinado partido. O mesmo não se aplica às gerações mais novas. Elas têm muitas ferramentas às mãos para decidirem o próprio rumo, certamente. O que falta? Perceber que quem tem poder não é somente quem governa.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Brasileiro fujão

A hipocrisia do telespectador brasileiro realmente me incomoda quando passo a refletir sobre determinadas situações. Hoje li um texto que me fez pensar bastante, o qual pode ser visto aqui. O texto aborda a novela Passione e o fato de diversos telespectadores terem se sentido incomodados com discussões a respeito de aborto, traição, drogas, pedofilia, corrupção etc.

A novela é o veículo televisivo que angaria mais audiência e, portanto, atenção. Em uma banca de revistas ou mesmo na Internet, há diversos comentários a respeito delas, seja antecipando o que acontecerá, ou mesmo discutindo o desenrolar da história. É de se impressionar, portanto, o pudor das pessoas ou mesmo sua hipocrisia diante do debate de temas recorrentes à nossa realidade.

Quaisquer novelas cujo enredo possuam algum tema mais polêmico já são prontamente fiscalizadas pelo governo e adequadamente destinadas a determinada faixa etária. Dessa forma, dizer que não quer que uma novela tenha cunho violento ou polêmico porque não quer que o filho de dez anos sinta-se chocado é uma enorme desculpa esfarrapada. Para mim, isso é preguiça de impôr limite ao filho e dizer 'não, você não vai assistir à novela'. Você está transgredindo a lei ao permitir que seu filho assista a um programa impróprio à idade dele. Portanto, justificar um erro com outro erro é idiotice.

Em segundo lugar, há quem diga que idéias são colocadas na cabeça das pessoas quando novelas abordam temas 'perturbadores'. Sim, idéias são colocadas. Mas idéias saudáveis, que incitam um debate fundamental acerca desses tais temas. Quer dizer, a pessoa sente-se confortável em assistir aos jornais da Record ou ao programa do Datena em que denúncias sobre pedofilia, aborto, homicídio e drogas são feitas. Entretanto, ver a mesma coisa sutilmente abordada em uma novela é errado. Qual é o ponto disso? A tragédia é importante, mas o que está por trás dela é irrelevante? Qual é o sentido?

Em terceiro lugar, vocês acham mesmo que as escolas cumprem seu papel social e debatem essas questões? Vocês acham que o governo dispensam a devida atenção, promovem conversas relacionadas a isso? Não é o suficiente. Abordar como o indivíduo se interessa pelas drogas, o que o leva a cometer aborto, os riscos que essas práticas causam à saúde, mostrar como as pessoas se corrompem: tudo isso é essencial porque nem todas as pessoas estão familiarizadas com isso. Não é questão de ensinar como acontece, mas sim ensinar o que acontece para que se saiba o que se pode ser feito!

Por fim, há as pessoas que se dizem chocadas com a exposição de certos assuntos. Por quê? Em seu mundo perfeito não acontece absolutamente nada de errado? Você tem certeza que sabe lidar com problemas dessa natureza? Você não é obrigado de maneira nenhuma a assistir a novelas. Pode perfeitamente ocupar seu tempo com outra coisa. Entretanto, isso não pode impedir a discussão de assuntos embrenhados em nossa sociedade, por mais polêmicos que sejam.

A novela, como cultura de massa, tem o poder de incitar o conhecimento acerca dos problemas sociais do país. Impedir isso usando-se de argumentos infundados é uma besteira, na minha opinião. As pessoas reconhecem a existência do problema, mas se recusam a saber mais sobre ele, a encará-lo. Sair da zona de conforto é dificil, tanto quanto admitir que os problemas aqui citados estão ao nosso redor. Quem dera isso só acontecesse em relação às novelas...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Para que servem os críticos?




Para que servem os críticos? O que faz de uma pessoa crítica de algo? O que faz com que o que diz seja tomado com verdade universal pelas pessoas?

O senso comum sempre me mostrou que críticos são aqueles que, obviamente, criticam alguma coisa. Cresci achando que criticar significa encontrar pontos fracos, desaprovar, discordar e afins. Por quê? Oras, a maioria das críticas que eu tinha parecia ter justamente essa finalidade e muitas até mesmo desmereciam o trabalho de alguém. Isso me gerou uma impressão ruim e eu tentei, por bastante tempo, me manter alheia às críticas.

Em que isso resultou? Apreciação por Spice Girls, Backstreet Boys, Rouge, É o Tchan, dentre outros artistas de qualidade extremamente duvidosa. Sem falar da diversão sem fim com filmes da Sessão da Tarde, por exemplo. Hoje em dia, sinto até vergonha de lembrar ou até mesmo de admitir. O único consolo é saber que eu não era a única... O tempo foi passando e me mantive ainda assim alheia às críticas, preferindo sentir-me bem fazendo algo (fosse lendo, ouvindo ou assistindo) a me entregar ao mundo das pessoas que encontravam defeitos em tudo.

Sim, o tempo foi passando. Fui crescendo, evoluindo. O mesmo pode ser dito do meu senso crítico. Não sei dizer ao certo quando começou, mas em determinada hora, os defeitos começaram a superar a qualidade dos filmes, das músicas, dos livros. Terei me tornado mais rabugenta? Ou apenas comecei a levar em conta certos detalhes antes imperceptíveis a minha mente? Terei me tornado uma pessimista, uma chata, uma ranzinza? Ou apenas apurado meu gosto, meu conhecimento de mundo, meus critérios?

Há um crítico dentro de cada pessoa esperando apenas a hora certa de despertar e entrar em ação. Em alguns isso é mais evidente, enquanto outros sabem disfarçar com sutileza. Talvez ser ou não crítico dependa de amadurecimento, de conhecimento, de convivência e desenvolvimento pessoal. Crescer. Será que crescer significa criticar? Será que crescer significa ter gabarito suficiente pra questionar alguma coisa? Será?

Eu ainda não sei para que servem os críticos. Há quem se sinta ofendido em ter suas preferência atacadas por alguém. Há os mais tolerantes, aqueles que sabem olhar com imparcialidade. Entendo os dois lados. É difícil ser desaprovado, ter algo de que tanto gostamos desmerecido por uma pessoa que você nem ao menos conhece! Mas, sim, provavelmente esse indivíduo estudou bastante e é respeitado por todos no meio.

No entanto, não dá uma sensação ruim você pensar que vive num mundo em que desaprova a maioria das coisas? As ditas "modinhas" parecem ter um peso tão grande que muitas pessoas não conseguem ignorar, apenas desaprovar, menosprezar, desmerecer.

O que no fundo a gente ganha com isso? Não detestávamos tanto quando alguém xingava nossos ídolos da infância/adolescência? O que garante que a atualidade é melhor ou pior do que o passado? Hoje em dia, há apenas maior exposição graças à massificação dos meios de comunicação, principalmente a Internet. Afinal de contas, se você faz como o Felipe Neto , por exemplo, e sai humilhando todo mundo, soltando palavrões e cachorros em cima de qualquer pessoa cuja fama você desaprova, você está apenas deixando esse indivíduo em mais evidência ainda.

Acho que agora entendo o que são os críticos. São aqueles que escolhem bem as palavras e usam argumentos plausíveis e embasados para montar suas opiniões a fim de qualificar ou desqualificar algo. A serventia deles depende única e exclusivamente de você, da importância que você dá a isso. E, mais do que tudo, eles possuem experiência. Acredito que isso seja fundamental por demonstrar que você viu e ouviu de tudo e, portanto, desenvolveu seu senso.

Passamos pela época em que qualquer um acha que pode ser crítico justamente porque há meios de popularizar sua crítica. O que resolveria isso? Um dicionário que elucidasse a diferença entre crítica e opinião. Afinal, minha impressão infantil não estava tão errada assim. Eu só errei o verbete. Não me referia aos críticos. Referia-me aos "Do Contra" de plantão.

sábado, 24 de julho de 2010

Brava gente brasileira

Ontem, enquanto assistia ao programa Hoje em Dia, vi de relance uma reportagem sobre declarações polêmicas de Sylvester Stallone sobre o Brasil. Na hora, não dei muita importância, pois estava almoçando e não prestei muita atenção à notícia. Contudo, à tarde, quando acessei o Twitter e vi que "CALA BOCA SYLVESTER STALLONE" estava nos Trending Topics, resolvi ler um pouco melhor o que acontecera.

Para aqueles que não sabem, Stallone filmou cenas do filme Os Mercenários no Brasil. Tal filme tem em seu elenco todos - sim, todos - os atores famosos por filmes de ação dos últimos tempos. A atriz brasileira Gisele Itié, conhecida por interpretar Bela, a Feia, também compõe o elenco do longa. Houve certo tumulto durante as gravações do filme, obviamente graças à falta de infra-estrutura das locações para ambientar algo de tamanho porte. Era de se esperar, portanto, que os envolvidos na produção demonstrassem descontentamento com isso.

Entretanto, Sylvester Stallone notou algo além da carência de segurança e estrutura no Brasil. Ele foi adiante e fez a seguinte declaração.

"Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles diziam obrigado. Diziam 'obrigado, obrigado e leve um macaco'. Pudemos explodir vários prédios e todos ficaram felizes e ainda trouxeram cachorros-quentes para aproveitar o fogo"

Criou-se em circo em torno do depoimento do ator. No entanto, por acaso ele disse alguma mentira? Sempre que um famoso chega ao Brasil, é criado um caos. As pessoas não se controlam, mendigam a atenção do artista e se humilham somente para que ele esboce um sorriso ou se sinta querido. Sim, é exatamente isso. O ator da saga de filmes Crepúsculo, Taylor Lautner, recentemente comentou a "empolgação" (para não dizer insanidade) de suas fãs quando visitou o país. O vídeo pode ser visto aqui.

Embora não tenham dito exatamente o mesmo, ambas as afirmações dos atores americanos apontam para fatos semelhentes. A sociedade brasileira não admite que pessoas de fora digam verdades a nosso respeito. Os fãs brasileiros não são em sua totalidade somente receptivos. Há uma grande parcela tresloucada que age como um animal diante de um pedaço de carne fresca. Não existe amor-próprio, apenas necessidade de mendigar a atenção de qualquer pessoa que venha de fora pelo simples fato d'ela ser famosa e possuir certo status. Não existe dignidade, apenas vontade de agir cegamente e achar que está fazendo bonito.

O que mais me intriga em toda essa história é saber de onde surgiu essa característica do brasileiro de louvar qualquer pessoa com destaque na mídia. O que o Stallone disse é o verdadeiro retrato do Brasil. "Pisem à vontade desde que a gente receba um autógrafo e um sorriso. Nós não nos importamos em passar fome, ficar sob o sol, deixar de trabalhar ou tomarmos chuva somente para te ver." Alguns dizem que isso é ser fã. Eu digo que isso é falta de dignidade, de amor-próprio e de noção da realidade. Para mim, isso não demonstra em nenhum momento o tal "orgulho de ser brasileiro" que aparece como justificativa quando algum estrangeiro "ataca" o Brasil... Muito pelo contrário, aliás.

Qual foi a mentira que os dois disseram? Nenhuma! Em algum momento os dois chegaram a dizer que o nosso país é ruim, que não há nada de bom aqui? Não! Apenas constataram o que é óbvio para alguns, mas que outros jamais admitirão. Talvez isso seja apenas relutância em admitir que está errado, que as justificativas não condizem com os atos. O que não é coerente é que essa adoração cesse a partir do momento em que o calo foi pisado.


No fim, a percepção da ignorância só chegará em alguns anos. Até lá, continuaremos a presenciar esses ataques de falso patriotismo, de "orgulho de ser brasileiro". Quem dera o brasileiro tivesse esse mesmo furor na hora de votar, ser bem informado e exigir seus direitos...