sexta-feira, 30 de julho de 2010

Brasileiro fujão

A hipocrisia do telespectador brasileiro realmente me incomoda quando passo a refletir sobre determinadas situações. Hoje li um texto que me fez pensar bastante, o qual pode ser visto aqui. O texto aborda a novela Passione e o fato de diversos telespectadores terem se sentido incomodados com discussões a respeito de aborto, traição, drogas, pedofilia, corrupção etc.

A novela é o veículo televisivo que angaria mais audiência e, portanto, atenção. Em uma banca de revistas ou mesmo na Internet, há diversos comentários a respeito delas, seja antecipando o que acontecerá, ou mesmo discutindo o desenrolar da história. É de se impressionar, portanto, o pudor das pessoas ou mesmo sua hipocrisia diante do debate de temas recorrentes à nossa realidade.

Quaisquer novelas cujo enredo possuam algum tema mais polêmico já são prontamente fiscalizadas pelo governo e adequadamente destinadas a determinada faixa etária. Dessa forma, dizer que não quer que uma novela tenha cunho violento ou polêmico porque não quer que o filho de dez anos sinta-se chocado é uma enorme desculpa esfarrapada. Para mim, isso é preguiça de impôr limite ao filho e dizer 'não, você não vai assistir à novela'. Você está transgredindo a lei ao permitir que seu filho assista a um programa impróprio à idade dele. Portanto, justificar um erro com outro erro é idiotice.

Em segundo lugar, há quem diga que idéias são colocadas na cabeça das pessoas quando novelas abordam temas 'perturbadores'. Sim, idéias são colocadas. Mas idéias saudáveis, que incitam um debate fundamental acerca desses tais temas. Quer dizer, a pessoa sente-se confortável em assistir aos jornais da Record ou ao programa do Datena em que denúncias sobre pedofilia, aborto, homicídio e drogas são feitas. Entretanto, ver a mesma coisa sutilmente abordada em uma novela é errado. Qual é o ponto disso? A tragédia é importante, mas o que está por trás dela é irrelevante? Qual é o sentido?

Em terceiro lugar, vocês acham mesmo que as escolas cumprem seu papel social e debatem essas questões? Vocês acham que o governo dispensam a devida atenção, promovem conversas relacionadas a isso? Não é o suficiente. Abordar como o indivíduo se interessa pelas drogas, o que o leva a cometer aborto, os riscos que essas práticas causam à saúde, mostrar como as pessoas se corrompem: tudo isso é essencial porque nem todas as pessoas estão familiarizadas com isso. Não é questão de ensinar como acontece, mas sim ensinar o que acontece para que se saiba o que se pode ser feito!

Por fim, há as pessoas que se dizem chocadas com a exposição de certos assuntos. Por quê? Em seu mundo perfeito não acontece absolutamente nada de errado? Você tem certeza que sabe lidar com problemas dessa natureza? Você não é obrigado de maneira nenhuma a assistir a novelas. Pode perfeitamente ocupar seu tempo com outra coisa. Entretanto, isso não pode impedir a discussão de assuntos embrenhados em nossa sociedade, por mais polêmicos que sejam.

A novela, como cultura de massa, tem o poder de incitar o conhecimento acerca dos problemas sociais do país. Impedir isso usando-se de argumentos infundados é uma besteira, na minha opinião. As pessoas reconhecem a existência do problema, mas se recusam a saber mais sobre ele, a encará-lo. Sair da zona de conforto é dificil, tanto quanto admitir que os problemas aqui citados estão ao nosso redor. Quem dera isso só acontecesse em relação às novelas...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Para que servem os críticos?




Para que servem os críticos? O que faz de uma pessoa crítica de algo? O que faz com que o que diz seja tomado com verdade universal pelas pessoas?

O senso comum sempre me mostrou que críticos são aqueles que, obviamente, criticam alguma coisa. Cresci achando que criticar significa encontrar pontos fracos, desaprovar, discordar e afins. Por quê? Oras, a maioria das críticas que eu tinha parecia ter justamente essa finalidade e muitas até mesmo desmereciam o trabalho de alguém. Isso me gerou uma impressão ruim e eu tentei, por bastante tempo, me manter alheia às críticas.

Em que isso resultou? Apreciação por Spice Girls, Backstreet Boys, Rouge, É o Tchan, dentre outros artistas de qualidade extremamente duvidosa. Sem falar da diversão sem fim com filmes da Sessão da Tarde, por exemplo. Hoje em dia, sinto até vergonha de lembrar ou até mesmo de admitir. O único consolo é saber que eu não era a única... O tempo foi passando e me mantive ainda assim alheia às críticas, preferindo sentir-me bem fazendo algo (fosse lendo, ouvindo ou assistindo) a me entregar ao mundo das pessoas que encontravam defeitos em tudo.

Sim, o tempo foi passando. Fui crescendo, evoluindo. O mesmo pode ser dito do meu senso crítico. Não sei dizer ao certo quando começou, mas em determinada hora, os defeitos começaram a superar a qualidade dos filmes, das músicas, dos livros. Terei me tornado mais rabugenta? Ou apenas comecei a levar em conta certos detalhes antes imperceptíveis a minha mente? Terei me tornado uma pessimista, uma chata, uma ranzinza? Ou apenas apurado meu gosto, meu conhecimento de mundo, meus critérios?

Há um crítico dentro de cada pessoa esperando apenas a hora certa de despertar e entrar em ação. Em alguns isso é mais evidente, enquanto outros sabem disfarçar com sutileza. Talvez ser ou não crítico dependa de amadurecimento, de conhecimento, de convivência e desenvolvimento pessoal. Crescer. Será que crescer significa criticar? Será que crescer significa ter gabarito suficiente pra questionar alguma coisa? Será?

Eu ainda não sei para que servem os críticos. Há quem se sinta ofendido em ter suas preferência atacadas por alguém. Há os mais tolerantes, aqueles que sabem olhar com imparcialidade. Entendo os dois lados. É difícil ser desaprovado, ter algo de que tanto gostamos desmerecido por uma pessoa que você nem ao menos conhece! Mas, sim, provavelmente esse indivíduo estudou bastante e é respeitado por todos no meio.

No entanto, não dá uma sensação ruim você pensar que vive num mundo em que desaprova a maioria das coisas? As ditas "modinhas" parecem ter um peso tão grande que muitas pessoas não conseguem ignorar, apenas desaprovar, menosprezar, desmerecer.

O que no fundo a gente ganha com isso? Não detestávamos tanto quando alguém xingava nossos ídolos da infância/adolescência? O que garante que a atualidade é melhor ou pior do que o passado? Hoje em dia, há apenas maior exposição graças à massificação dos meios de comunicação, principalmente a Internet. Afinal de contas, se você faz como o Felipe Neto , por exemplo, e sai humilhando todo mundo, soltando palavrões e cachorros em cima de qualquer pessoa cuja fama você desaprova, você está apenas deixando esse indivíduo em mais evidência ainda.

Acho que agora entendo o que são os críticos. São aqueles que escolhem bem as palavras e usam argumentos plausíveis e embasados para montar suas opiniões a fim de qualificar ou desqualificar algo. A serventia deles depende única e exclusivamente de você, da importância que você dá a isso. E, mais do que tudo, eles possuem experiência. Acredito que isso seja fundamental por demonstrar que você viu e ouviu de tudo e, portanto, desenvolveu seu senso.

Passamos pela época em que qualquer um acha que pode ser crítico justamente porque há meios de popularizar sua crítica. O que resolveria isso? Um dicionário que elucidasse a diferença entre crítica e opinião. Afinal, minha impressão infantil não estava tão errada assim. Eu só errei o verbete. Não me referia aos críticos. Referia-me aos "Do Contra" de plantão.

sábado, 24 de julho de 2010

Brava gente brasileira

Ontem, enquanto assistia ao programa Hoje em Dia, vi de relance uma reportagem sobre declarações polêmicas de Sylvester Stallone sobre o Brasil. Na hora, não dei muita importância, pois estava almoçando e não prestei muita atenção à notícia. Contudo, à tarde, quando acessei o Twitter e vi que "CALA BOCA SYLVESTER STALLONE" estava nos Trending Topics, resolvi ler um pouco melhor o que acontecera.

Para aqueles que não sabem, Stallone filmou cenas do filme Os Mercenários no Brasil. Tal filme tem em seu elenco todos - sim, todos - os atores famosos por filmes de ação dos últimos tempos. A atriz brasileira Gisele Itié, conhecida por interpretar Bela, a Feia, também compõe o elenco do longa. Houve certo tumulto durante as gravações do filme, obviamente graças à falta de infra-estrutura das locações para ambientar algo de tamanho porte. Era de se esperar, portanto, que os envolvidos na produção demonstrassem descontentamento com isso.

Entretanto, Sylvester Stallone notou algo além da carência de segurança e estrutura no Brasil. Ele foi adiante e fez a seguinte declaração.

"Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles diziam obrigado. Diziam 'obrigado, obrigado e leve um macaco'. Pudemos explodir vários prédios e todos ficaram felizes e ainda trouxeram cachorros-quentes para aproveitar o fogo"

Criou-se em circo em torno do depoimento do ator. No entanto, por acaso ele disse alguma mentira? Sempre que um famoso chega ao Brasil, é criado um caos. As pessoas não se controlam, mendigam a atenção do artista e se humilham somente para que ele esboce um sorriso ou se sinta querido. Sim, é exatamente isso. O ator da saga de filmes Crepúsculo, Taylor Lautner, recentemente comentou a "empolgação" (para não dizer insanidade) de suas fãs quando visitou o país. O vídeo pode ser visto aqui.

Embora não tenham dito exatamente o mesmo, ambas as afirmações dos atores americanos apontam para fatos semelhentes. A sociedade brasileira não admite que pessoas de fora digam verdades a nosso respeito. Os fãs brasileiros não são em sua totalidade somente receptivos. Há uma grande parcela tresloucada que age como um animal diante de um pedaço de carne fresca. Não existe amor-próprio, apenas necessidade de mendigar a atenção de qualquer pessoa que venha de fora pelo simples fato d'ela ser famosa e possuir certo status. Não existe dignidade, apenas vontade de agir cegamente e achar que está fazendo bonito.

O que mais me intriga em toda essa história é saber de onde surgiu essa característica do brasileiro de louvar qualquer pessoa com destaque na mídia. O que o Stallone disse é o verdadeiro retrato do Brasil. "Pisem à vontade desde que a gente receba um autógrafo e um sorriso. Nós não nos importamos em passar fome, ficar sob o sol, deixar de trabalhar ou tomarmos chuva somente para te ver." Alguns dizem que isso é ser fã. Eu digo que isso é falta de dignidade, de amor-próprio e de noção da realidade. Para mim, isso não demonstra em nenhum momento o tal "orgulho de ser brasileiro" que aparece como justificativa quando algum estrangeiro "ataca" o Brasil... Muito pelo contrário, aliás.

Qual foi a mentira que os dois disseram? Nenhuma! Em algum momento os dois chegaram a dizer que o nosso país é ruim, que não há nada de bom aqui? Não! Apenas constataram o que é óbvio para alguns, mas que outros jamais admitirão. Talvez isso seja apenas relutância em admitir que está errado, que as justificativas não condizem com os atos. O que não é coerente é que essa adoração cesse a partir do momento em que o calo foi pisado.


No fim, a percepção da ignorância só chegará em alguns anos. Até lá, continuaremos a presenciar esses ataques de falso patriotismo, de "orgulho de ser brasileiro". Quem dera o brasileiro tivesse esse mesmo furor na hora de votar, ser bem informado e exigir seus direitos...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O verde é o novo preto

Um aviso aos navegantes: o post de hoje é verde. Até hoje, eu não tinha feito nenhum post voltado à sustentabilidade, à preservação do meio ambiente ou qualquer assunto semelhante. No entanto, enquanto assistia ao reality show americano Top Chef (competição culinária entre chefs de cozinha, dã), prestei bastante atenção a um costume bastante encorajado pelo programa: o uso de eco bags.

Para aqueles que não conhecem, ecobags são justamente aquelas sacolas que podem ser reutilizadas, sendo geralmente feitas de lona, por exemplo.
As sacolas reutilizáveis podem até ser feitas de fibra de cana de açúcar (olha a oportunidade, Brasil) e bambu!

Dando continuidade, no programa que mencionei acima, os participantes realizam todas as suas compras numa rede de supermercados chamada Whole Foods. Esse lugar só utiliza esse tipo de sacolas: não há absolutamente uso algum de sacolas plásticas. Aliás, elas são dispensadas inclusive para empacotar alimentos. Usa-se aquele tradicional papel marrom para embrulhar os frios, por exemplo. E tudo é transportado nessas sacolas que são, aliás, muito bonitinhas. A propósito, o site dos valores deles é um show à parte. Eu fiquei impressionada com a simplicidade das mudanças que eles fizeram e o impacto que é gerado.

Campanha semelhante foi iniciada no Brasil e é apoiada pelo Carrefour. A iniciativa se chama Saco é um Saco e pretende diminuir a utilização de sacolas plásticas. Vejam bem, reduzir, não abolir. Não se pode negar que as sacolinhas plásticas possuem lá suas vantagens e chegam a ser bastante práticas quando usadas para armazenar o lixo. O problema existe no tratamento inadequado que a maioria das pessoas dá às sacolinhas. Andando nas ruas daqui da cidade, é possível encontrar literalmente dezenas dessas sacolas jogadas em qualquer lugar, inclusive nos bueiros. Aí reclamam quando as ruas se enchem na época da chuva porque a água não tem para onde escoar...

Enfim, eu reconheço que simplesmente extingüir o uso desse tipo de embalagem criaria alguns transtornos iniciais, principalmente para as empresas fabricantes. Algumas podem chegar a clamar perda de faturamento, mas deveriam na verdade enxergar esse problema como uma oportunidade. Atualmente, tem havido razoável esforço para adaptação da sociedade às novas demandas ambientais. E, para isso, novos produtos deverão ser criados, o que poderá criar novos nichos de atuação no mercado. A janela se fecha aqui, mas se abre logo adiante.

Tantos produtos ambientalmente corretos têm sido desenvolvidos atualmente ou aperfeiçoados. Existem decoradores de interiores e arquitetos voltados, por exemplo, ao planejamento das cozinhas verdes. Há empresas cujo foco têm sido desenvolver novos métodos de geração e reaproveitamento de energia. Aqui na cidade existe uma empresa incubada que se destina à reciclagem de óleo de cozinha. E existem empresas que fazem as ecobags. Ou vocês acham que o consumidor compra apenas uma e deixa pra lá? Com o aumento do poder de compra, a tendência é justamente comprar mais. Transportar mais produtos exige mais sacolas. A diferença é que são ecologicamente corretas.

As mudanças geradas ao consumidor também podem ser de fácil adaptação. Os supermercados poderiam oferecer as sacolas, mas em quantidades limitadas às pessoas. Sem falar que produtos de horti-fruti vêm em sacolinhas plásticas, as quais poderiam ser guardadas para uso posterior após alguma forma de limpeza. Aliás, o blog do Saco é um Saco recomenda que se leve uma sacola plástica ao fazer compras para armazenar produtos que não podem ter contato direto com outros, como os de limpeza. E se você acha que sua ecobag é feia, você pode muito bem customizá-la e deixá-la da maneira que julgar mais bonita.

As medidas que entrarem em vigor no Rio de Janeiro da semana passada deveriam servir de inspiração para todos os outros estados. Tenho conhecimento que grandes redes de supermercado já se esforçam para reduzir o uso de sacolas plásticas, quer seja distribuindo as reutilizáveis, quer seja trocando as embalagens plásticas por aqueles grandes sacos de papel marrom, ou até mesmo embalando as compras com caixas de papelão. É uma pena que outros achem que não tiveram tempo para se adaptar, pois a lei foi criada ano passado e eles tiveram um ano para se adaptar...

O homem existe hoje em dia porque foi capaz de se adaptar a situações diversas ao longo dos anos. Essa é mais uma delas. Essa é talvez a mais simples delas. O verde é o novo preto.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

VMB - is this real life?

Eu demorei bastante para pensar num assunto para o post de hoje. Era para eu ter escrito algo ontem, mas a inspiração não chegava. Li diversas reportagens, vasculhei alguns sites e nada. Quando já tinha praticamente desistido, eis que abro o Yahoo! e me deparo com esta notícia sobre os indicados ao VMB 2010. Confesso de antemão que já sabia o que me aguardava. Duas palavras. Vergonha. Alheia.

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Artista do ano:
Otto, Fresno, Restart, Nx Zero, Sandy, Pitty, Mallu Magalhães, Capital Inicial, Skank, Arnaldo Antunes.

Em primeiro lugar, ausência de critérios define essa categoria. Acho que enfiaram numa sacola o nome de todos os artistas brasileiros e foram tirando um a um para decidir os concorrentes. Quer dizer, Arnaldo Antunes, Skank e Sandy competindo com Pitty, Restart e Nx Zero? Era de se esperar um mínimo de coerência...

Em segundo lugar, o que o Capital Inicial fez? O Dinho Ouro Preto não esteve afastado da música por conta de seu acidente? Que eu saiba, eles lançaram algum material novo cerca de um mês atrás. MTV, você jura que já deu tempo dessa banda se consagrar artista do ano?

Restart. Eu vou é dar um restart na MTV, isso sim. Meu Deus do céu. Um artista do ano possui talento, diferencial, criatividade e impacto musical. Qual foi o impacto do Restart? Gerar o bordão "puta falta de sacanagem"? Eu poderia encerrar o post por aqui.

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Hit do ano: Restart (Levo Comigo); Nx Zero (Só Rezo); Skank (Noites de um Verão Qualquer); Sandy (Pés Descalços); Pitty (Fracasso).

Nada contra Skank ou Sandy. Aliás, não que eu goste da Sandy, mas admiro o esforço dela de cantar bem, escrever as próprias músicas e de se manter no meio artístico desde criança. Agora, percebam como as músicas do restante são expressivas. Só rezo. Sim, você deve só rezar mesmo para conseguir ter sucesso fazendo tanta música ruim, Nx Zero. Só reza mesmo salva vocês. Fracasso. Você fracassou mesmo como projeto de Rita Lee, Pitty. Levo Comigo. Eu também levo comigo as lembranças do tempo em que vocês não existiam, Restart.

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Revelação: Restart, Hori, Hevo 84, Replace, Karina Buhr.

Não faço idéia do que são os três últimos. Nunca ouvi sequer falar da existência de nenhum deles. Hori é a banda do Fiuk e, na minha opinião, deveriam ter indicado somente ele. Não é que eu goste dele, mas só se fala dele. A banda é totalmente coadjuvante, bem no estilo de cantores solo que contam com banda de apoio, como Daniel, Roberto Carlos, etc.


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Rock: Pitty, Capital Inicial, Glória, Strike e Nx Zero.

Meu. Deus. do. céu. O que estavam na cabeça quando elaboraram essa categoria? Quer dizer, desde QUANDO ser artista de rock significa somente ter guitarra, baixo e bateria no grupo? Indiquem o Calypso da próxima vez! Chimbinha toca guitarra também!

Qual é a contribuição dessas bandas para o rock brasileiro? Eu sinto pena de saber que esse estilo musical é representado no Brasil por bandas sem o menor senso de bom gosto, de conhecimento musical. Só servem para cantar músicas sobre o mesmo assunto, com o mesmo tom, com o mesmo ritmo. Originalidade? Só se for em relação aos penteados. Protestos? Somente sobre ter desilusões, tristezas. Isso é uma vergonha. Juro que li isso esperando o Serginho Mallandro aparecer na tela e soltar um HÁÁÁÁÁ!

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Pop: Mallu Magalhães, Sandy, Fresno, Lulu Santos, Restart.

Mais uma da série: se comentar, estraga.

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Artista internacional: Paramore, Black Eyed Peas, Green Day, Justin Bieber, Tokio Hotel, Jay Z, Ke$ha, Katy Perry, Lady Gaga, Beyoncé.

Extraído provavelmente do Top 10 da Billboard, sem o menor trabalho de se preocupar com qualidade dos trabalhos.


Como vocês podem ver, eu não comentei categoria a categoria. A razão: eu não conheço praticamente nenhum dos outros indicados e não saberia o que dizer sobre eles. Além disso, eu poderia escrever por horas e horas sobre o que penso a respeito dessa premiação. O resultado não seria lá muito educado.

O que mais me dói é que esse prêmio representa, sim, o que se passa atualmente na música brasileira. Carência de talento, excesso de glitter. Se vai ser uma fase, somente o tempo nos dirá. Por enquanto, a perspectiva é a seguinte: apague a luz o último que restar.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Vínculos virtuais

Olá a todos que acompanham o blog e esperavam por novas postagens. Confesso que estava bastante ansiosa por fazê-las, pois eu realmente gosto daqui. Bom, agora que estou de férias, nada mais justo do que dedicar meu tempo a escrever quando surgir alguma inspiração. Obviamente, foi o que aconteceu.

Antes de mais nada, notaram a mudança de layout? O Blogger me surpreendeu positivamente mais uma vez. Ia postar hoje à tarde, mas notei uma novidade relacionada à edição de design assim que fiz o login. Bom, agora o Blogger oferece diversos planos de fundo e combinações de cores e estilos para a montagem do blog. Enfim, eu gostei muito e espero que vocês também. Mas vamos ao que interessa: o post de hoje.

A inspiração surgiu ontem enquanto assistia a uma reportagem no Fantástico sobre o que os atletas pensam de si. Embora já soubesse que muitos se consideram acima do bem e do mal, fiquei completamente chocada como aquilo que chegam a fazer. Mas o que mais captou minha atenção não foi o comportamento inadequado deles, mas o posicionamento dos clubes em relação a eles. Para ser mais precisa, foi o comentário do Renato Gaúcho sobre os jogadores, ao dizer que não faz nada para impedir que eles ajam como bem entenderem.

O recente caso do goleiro do Flamengo, por exemplo, é somente mais um episódio nessa saga com incontáveis capítulos. O clube de futebol afastara o goleiro quando as investigações iniciaram, mas logo designou uma comissão para avaliar qual o melhor posicionamento deveria adotar. A seguir, quando a polícia constatou aquilo que todos já sabiam, o contrato dele foi suspenso, sua imagem foi removida dos painéis do pentatri espalhados pelo Rio de Janeiro e o contrato com o patrocinador acabou.

É óbvio que fariam isso: quem quer ter seu produto associado a alguém cuja imagem foi manchada por tempo indeterminado? Ninguém. Contudo, o Flamengo tem um retrospecto recente de atletas envolvidos com práticas ilícitas, vide Adriano e Wagner Love. Porém, o que o clube faz? Tira o seu da reta, claro. Pimenta nos olhos dos outros sempre é refresco.

Não são os jogadores o bem mais precioso dos clubes de futebol? Era de se esperar que, portanto, mais cuidado houvesse com eles. É notável que eles têm fama de se considerarem acima das leis. Junte a isso o fato de os clubes serem permissivos, compactuarem com isso. De que adianta realizar as famosas concentrações se no âmbito do cotidiano quaisquer tipos de comportamentos são aceitos? Consumo de drogas, participação no tráfico, envolvimento com muitas mulheres ao mesmo tempo, atrasos, violência... Fatos assim são de conhecimento dos times, mas tolerados ou no máximo dignos de uma advertência oral, uma conversa mais dura com o técnico.

Aliás, por que será? Técnicos e dirigentes muitas vezes chegam inclusive a participar disso. Sim, os jogadores já são adultos e vivem suas próprias vidas. No entanto, isso de alguma forma vai interferir, sim, em seu desempenho e, por conseguinte, no próprio clube. No exterior, por exemplo, existem, sim, casos semelhantes aos do Brasil. Contudo, quando se descobre, há punições: abates salariais, afastamento do grupo, banco de reservas, só para citar algumas. Após, há tratamento ou consultoria com psicólogos, mais rigidez na fiscalização da vida pessoal, mais exigência quanto ao comprometimento do atleta.

Tidos como invencíveis ou infalíveis, aqui os jogadores muitas vezes impedem essa fiscalização, esse controle, e se revoltam quanto a isso. Novamente, há permissividade. É claro que isso está totalmente errado. Quem manda? Quem contratou? Quem paga o salário? Quem garante a exposição do atleta?

Sem essas desculpas de pressão, de ter que corresponder. O jogador de futebol é um profissional como outro qualquer. Por acaso, se tornou supervalorizado. Há feitos, sim, muito dignos de admiração. Mas, no final das contas, é como qualquer trabalhador que recebe para fazer o que sabe. Sim, falha, tem problemas de saúde, mas ainda assim é sujeito a cumprir e respeitar regras. Não há nada que lhe garanta fazer o que quiser, absolutamente NADA.

A interferência, na minha opinião, deve partir do clube. Este é, aliás, o principal interessado na boa forma do atleta, física e mental. As cobranças deveriam aumentar, bem como a participação na vida pessoal e uma exigência maior de comprometimento com o aquilo que é certo. As cobranças atualmente existentes se resumem às quatro linhas, o que não é suficiente. É um absurdo esse desencargo de culpa, esse distanciamento entre atleta e clube, esse vínculo meramente empregatício e virtual entre eles. Isso é totalmente errado. Isso é o que conduzirá à existência de tantos mais Brunos, Adrianos, Felipes Melo, Wagners Love, entre outros...