segunda-feira, 12 de julho de 2010

Vínculos virtuais

Olá a todos que acompanham o blog e esperavam por novas postagens. Confesso que estava bastante ansiosa por fazê-las, pois eu realmente gosto daqui. Bom, agora que estou de férias, nada mais justo do que dedicar meu tempo a escrever quando surgir alguma inspiração. Obviamente, foi o que aconteceu.

Antes de mais nada, notaram a mudança de layout? O Blogger me surpreendeu positivamente mais uma vez. Ia postar hoje à tarde, mas notei uma novidade relacionada à edição de design assim que fiz o login. Bom, agora o Blogger oferece diversos planos de fundo e combinações de cores e estilos para a montagem do blog. Enfim, eu gostei muito e espero que vocês também. Mas vamos ao que interessa: o post de hoje.

A inspiração surgiu ontem enquanto assistia a uma reportagem no Fantástico sobre o que os atletas pensam de si. Embora já soubesse que muitos se consideram acima do bem e do mal, fiquei completamente chocada como aquilo que chegam a fazer. Mas o que mais captou minha atenção não foi o comportamento inadequado deles, mas o posicionamento dos clubes em relação a eles. Para ser mais precisa, foi o comentário do Renato Gaúcho sobre os jogadores, ao dizer que não faz nada para impedir que eles ajam como bem entenderem.

O recente caso do goleiro do Flamengo, por exemplo, é somente mais um episódio nessa saga com incontáveis capítulos. O clube de futebol afastara o goleiro quando as investigações iniciaram, mas logo designou uma comissão para avaliar qual o melhor posicionamento deveria adotar. A seguir, quando a polícia constatou aquilo que todos já sabiam, o contrato dele foi suspenso, sua imagem foi removida dos painéis do pentatri espalhados pelo Rio de Janeiro e o contrato com o patrocinador acabou.

É óbvio que fariam isso: quem quer ter seu produto associado a alguém cuja imagem foi manchada por tempo indeterminado? Ninguém. Contudo, o Flamengo tem um retrospecto recente de atletas envolvidos com práticas ilícitas, vide Adriano e Wagner Love. Porém, o que o clube faz? Tira o seu da reta, claro. Pimenta nos olhos dos outros sempre é refresco.

Não são os jogadores o bem mais precioso dos clubes de futebol? Era de se esperar que, portanto, mais cuidado houvesse com eles. É notável que eles têm fama de se considerarem acima das leis. Junte a isso o fato de os clubes serem permissivos, compactuarem com isso. De que adianta realizar as famosas concentrações se no âmbito do cotidiano quaisquer tipos de comportamentos são aceitos? Consumo de drogas, participação no tráfico, envolvimento com muitas mulheres ao mesmo tempo, atrasos, violência... Fatos assim são de conhecimento dos times, mas tolerados ou no máximo dignos de uma advertência oral, uma conversa mais dura com o técnico.

Aliás, por que será? Técnicos e dirigentes muitas vezes chegam inclusive a participar disso. Sim, os jogadores já são adultos e vivem suas próprias vidas. No entanto, isso de alguma forma vai interferir, sim, em seu desempenho e, por conseguinte, no próprio clube. No exterior, por exemplo, existem, sim, casos semelhantes aos do Brasil. Contudo, quando se descobre, há punições: abates salariais, afastamento do grupo, banco de reservas, só para citar algumas. Após, há tratamento ou consultoria com psicólogos, mais rigidez na fiscalização da vida pessoal, mais exigência quanto ao comprometimento do atleta.

Tidos como invencíveis ou infalíveis, aqui os jogadores muitas vezes impedem essa fiscalização, esse controle, e se revoltam quanto a isso. Novamente, há permissividade. É claro que isso está totalmente errado. Quem manda? Quem contratou? Quem paga o salário? Quem garante a exposição do atleta?

Sem essas desculpas de pressão, de ter que corresponder. O jogador de futebol é um profissional como outro qualquer. Por acaso, se tornou supervalorizado. Há feitos, sim, muito dignos de admiração. Mas, no final das contas, é como qualquer trabalhador que recebe para fazer o que sabe. Sim, falha, tem problemas de saúde, mas ainda assim é sujeito a cumprir e respeitar regras. Não há nada que lhe garanta fazer o que quiser, absolutamente NADA.

A interferência, na minha opinião, deve partir do clube. Este é, aliás, o principal interessado na boa forma do atleta, física e mental. As cobranças deveriam aumentar, bem como a participação na vida pessoal e uma exigência maior de comprometimento com o aquilo que é certo. As cobranças atualmente existentes se resumem às quatro linhas, o que não é suficiente. É um absurdo esse desencargo de culpa, esse distanciamento entre atleta e clube, esse vínculo meramente empregatício e virtual entre eles. Isso é totalmente errado. Isso é o que conduzirá à existência de tantos mais Brunos, Adrianos, Felipes Melo, Wagners Love, entre outros...

3 comentários:

  1. Concordei! Fora que os salários são bem abastados, né? Dá pra cortar metade e o jogador ainda ia ganhar mais do que o suficiente pra tomar vergonha na cara e fazer um bom trabalho.

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  2. Olha, posso falar um forte candidato a ser notícia em escândalos futuros? Neymar. Aquele garoto não tem 20 anos ainda e já se considera uma estrela. Aí eu também culpo essas pessoas que pregam a idolatria de gente que mal começou a jogar futebol.

    E existem também casos em que os clubes conseguem disciplinar esses jogadores. Já puxando a sardinha pro lado do meu clube, o próprio Adriano jogou um tempo no São Paulo antes. Eu me lembro que ele chegou atrasado a um dos primeiros treinos e foi proibido de entrar no CT. Nunca mais algo do tipo se repetiu e ele passou um período bastante tranquilo lá, eu até fiquei chateada com a saída dele. Aí o mesmo jogador vai pra outro clube e dá no que dá? Faltou alguém de pulso pra colocar ele no lugar, faltaram providências.

    Mas é isso, normalmente os jogadores vêm de famílias muito humildes e se deixam deslumbrar pelo poder e pelo dinheiro que conquistam tão de repente e essas coisas acontecem. E os clubes traram os caras como se fosse um favor eles estarem defendendo o clube e abrem oportunidade pra que muitos deles saiam da linha sem ninguém dizer nada enquanto são aplaudidos pela nação e tratados como heróis por fazerem o que lhes cabe como profissionais que são.

    Comentário quiolométrico feito, o novo layout ficou uma graça, super fofo. Gostei *-*

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  3. Achei maneiro o seu Blog!
    Não sabia que vc escrevia bem.
    Continue postando.
    Bjos

    Lucas Pinheiro

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