sábado, 27 de fevereiro de 2010

Meus desenhos, minha vida

Acompanhando o tópico "Até aonde (sic) o Pânico influencia as pessoas", achei que não fosse encontrar nenhuma discussão nova ou interessante. Quanto à primeira característica, eu estava certa. Contudo, me enganei bastante quanto a segunda. Num determinado ponto, a discussão rumou para o campo dos desenhos nostálgicos e foi aí que tudo mudou para mim.

Eu sou bastante apegada ao que cultivei em minha infância, principalmente a cultura de passar o dia brincando na rua ou assistindo a desenhos animados. A minha irmã é cinco anos mais nova e vivenciou coisas completamente diferentes, foi uma cultura oposta a minha, em certos pontos. Enfim, até hoje eu tenho muito carinho pelos desenhos e programas a que assistia e pela maneira como eles me tocavam. Se você ainda não percebeu, gênio, é sobre isso que falarei no post de hoje.

Lembro-me das tardes de sábado que passava vendo O Pequeno Urso , um dos meus desenhos preferidos de todos. Eu devia ter uns 9, 10 anos, mas não conseguia despregar os olhos das aventuras do ursinho, da pata, da galinha, do gato e da coruja, além da garotinha Emily e os familiares de todos. Mostravam um cotidiano tão adorável, tão simples... Sentia vontade de morar num bosque também.

Aliás, O Pequeno Urso era exibido na Cultura, maior celeiro de desenhos que já conheci. Eu acompanhava vários desenhos. Um deles era Babar , a história do elefantinho, cuja abertura sempre me dava vontade de chorar. Havia tantos outros cujos nomes me esqueci que eram exibidos no programa Cocoricó. Aliás, eu amava esse programa, mas ele perdeu muita qualidade conforme o tempo foi passando... Também via o Mundo de Beakman, o qual - pasmem - me ensinou muitas coisas e me fez tomar gosto pela ciência. Mesmo caso de X-Tudo, um dos melhores programas a que já assisti na minha vida. Confesso que imitava, com a minha irmã, o quadro de culinária do programa!

Não preciso nem falar que adorava Castelo Rá-Tim-Bum - cujas reprises já vi várias vezes depois de mais velha - e Rá-Tim-Bum. Ah, me lembrei do pinguim Pingu! Era a coisinha mais bonitinha, mas era tão triste... No entanto, eu via todos os episódios e ficava criando diálogos imaginários! Adorava também aquele desenho chamado Arthur, o qual ainda é exibido pela TV Cultura. Nunca soube que bicho ele é, mas as historinhas me faziam desejar ter uma turma como a dele.

Era apaixonada pela tartaruga Franklin e acordava mais cedo aos sábados somente para poder acompanhá-lo na Rede Globo. Aliás, na Globo, conheci dois desenhos que nunca mais foram exibidos: o Ônibus Mágico e A Turminha da Sala 402. Muito injusto, pois eram tão engraçados e contemporâneos, além de aproximarem as crianças do cotidiano escolar. Aliás, a Globo também teve ótimos programas, como o Caça-Talentos, aquele da Fada Bela. Eu acompanhei todos os episódios e chorei muito quando acabaram o programa. Era a maior diversão que eu tinha após o almoço, apesar de ter deixado de dormir por medo de algumas cenas. Logo depois disso, inventaram Bambuluá e os famigerados Cavaleiros do Futuro. Era bastante legal, até, mas não continha a mesma magia dos outros programas. Ou talvez eu estivesse velha demais para isso...

Não posso me esquecer do SBT, obviamente. Eu gostava demais d'O Fantástico Mundo de Bob e aquela musiquinha da abertura me dava vontade de pegar minha bicicleta ou meu antigo velotrol e sair andando por aí! Havia, também, Os Ursinhos Carinhosos, que eram extremamente fofos, mas que depois se tornaram bobos... Não me lembro do desenho que tinha um clube de cachorros, mas sei que o adorava. Tinha a She-ra, cuja abertura me fazia rir de vergonha alheia, embora eu não soubesse o nome desse sentimento àquela época. Lembram-se daquele desenho chamado Nossa Turma em que havia um alce, uma cadelinha, uma carneirinha? Ai, era simplesmente lindo e eu era apaixonada! E, por fim, tinha Bananas de Pijama! Ai, eles eram muito bobos, muito retardados! Mas eu não conseguia desgrudar os olhos da televisão!

Riquinho, Dênis - O Pimentinha, Smurfs, Luluzinha, He-man, Baby-Looney Tunes, Pernalonga... Não consigo finalizar este post sem ao menos citar todos esses outros desenhos que foram tão significativos na minha infância! Sei que esqueci um monte, mas isso não é relevantes...

Enfim, eles me davam uma sensação de liberdade, de infinito, como se qualquer coisa fosse possível. Não continham malícia alguma, não motivavam nenhum tipo de comportamento ruim. Não apelavam, muito menos amedrontavam. Não, esses programas só me ensinaram que criança tem que ser criança. E isso já é uma lição pra vida toda.

PS: um post sobre filmes da minha infância está a caminho!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Dança das cadeiras


Minha mãe fez Magistério e meu pai, engenheiro elétrico formado, sempre foi professor. Dessa forma, eu sempre respeitei os professores e o seu trabalho. Eu costumava achar que se tratava da profissão mais bonita do mundo: você se formava para ensinar aos outros, para difundir o conhecimento.

Eu me lembro de todos os professores que já tive na vida. Em sua maioria, excelentes, preparados e acessíveis. Não conseguia entender como eles agüentavam a sala se transformar numa zona, por exemplo, ou qual era a sensação de alunos que só faltavam dizer a eles 'Vá se danar'. Além disso, quando descobri as condições do salário, achava que eles só podiam gostar muito da profissão pra aceitar a baixa remuneração. A minha opinião mudou.

Existem professores que, sim, honram o trabalho que têm. Dá para perceber neles a alegria ao ensinar, buscar coisas novas, preparar as aulas, se oferecer para tirar dúvidas. Já tive uma professora que, ao saber que eu não teria condições de pagar um curso de inglês, me cedeu todo o seu material de ensino e se prontificou a me dar aulas extra. São todos assim? Não, de jeito nenhum. Uma nova espécie de professor tem se desenvolvido.

Tal espécie é caracterizada pela insatisfação, falta de preparo, ausência de autoridade, preguiça e comodismo. A frase deles que mais me irrita é aquela 'Ok, o problema é de vocês, eu vou receber o salário de qualquer jeito'. Desculpa, mas isso não persuade ninguém a prestar atenção. Quer ser repudiado e desrespeitado? Use essa frase. É a maneira mais fácil de perder a moral porque só serve pra mostrar a sua única motivação em estar ali.

Em segundo lugar, existem aqueles que se mostram desmotivados pelo salário que recebem. Sim, eu sei que professores geralmente são injustamente remunerados. Entretanto, se gostassem de fato do que fazem, o tamanho do problema seria pouco significante. São seres humanos que obviamente possuem outras preocupações. Pois bem, nós também somos seres humanos com vontade de aprender e dependemos deles para isso. Essa desculpa, então, me parece muito mais egoísmo do que qualquer outra coisa. Por que digo isso? Meu pai é professor de escola pública, mas isso nunca serviu de desculpa para ele deixar de preparar suas aulas ou dar o seu máximo em frente ao quadro-negro.

Prosseguindo, há aqueles que negligenciam as vontades do aluno. Se é solicitada uma atividade diferenciada para facilitar a explicação da matéria, há quem ignore e diga que seus métodos não devem ser contestados. E continuam com suas explicações incompreensíveis e os alunos que se virem pra aprender a matéria. Será que se esqueceram de que o atual professor e aluno já foi mestre e aprendiz?

Existem aqueles que usam como desculpa para a bagunça o fato de suas matérias serem chatas. Aqui não, cara pálida. Já tive professores de Matemática que tiveram autoridade e pulso suficientes para aulas memoráveis em que não se ouvia um pio. Mostraram-se solícitos, acessíveis e bem humorados, quando necessário.

Gostaria de deixar bem claro que eu não acho que todos os professores sejam assim. Aliás, como eu disse no começo, conheço ótimos professores que dão o máximo de si e que ainda me fazem considerar sua profissão uma das mais bonitas. Todos aqueles que desejam se formar para ensinar possuem a minha admiração. Todos aqueles que ensinam também E essa admiração só tenderá a aumentar se os professores de hoje forem um pouco mais como os de antigamente.

As prioridades têm se invertido e muitos profissionais têm preferido atitudes egoístas às altruístas. Pode ser que haja, sim, falta de reconhecimento por parte de alguns alunos. Mas por causa disso todos têm que pagar? Se você quer reconhecimento, inspire-o: faça por merecer. Eu sinceramente acho uma pena que questões externar tenham tanta influência no exercício de uma profissão.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Cidadã, com delay

Como vocês sabem, eu tenho 19 anos, o que significa que já ultrapassei a idade mínima para obrigatoriedade eleitoral. Entretanto, eu não tinha ainda tirado meu título de eleitor por pura preguiça e ignorância. Eu achava que passaria horas numa fila ou até mesmo teria que acordar de madrugada, o que aconteceu quando fui fazer meu RG. Temos atrás, no entanto, surgiu a luz no fim do túnel: eu poderia fazer o título pela internet. Enganam-se os que pensam que fui imediatamente pro computador. Não, eu continuei a postergar.

Na quarta-feira, finalmente eu decidi que já tinha adiado isso o suficiente. Entrei no site do TSE e preenchi o formulário com todos os meus dados. Além de não ter demorado mais do que cinco minutos, também pude agendar o horário para pegar o título. Fiquei um pouco assustada por não poder imprimir o protocolo, mas o site disse que não havia problema: bastava eu levar um comprovante de residência e documento de identidade para que o protocolo fosse localizado. Agendei para sexta-feira de manhã. Isso também não demorou nem cinco minutos. Aliás, o meu deslocamento durou três vezes mais que todo o processo. Agora, sou uma cidadã com poder de decisão do ponto de vista eleitoral.

Coincidentemente, votei numa enquete cujo objetivo era dizer se você preferia a Marina Silva ou a Dilma Roussef para Presidente da República. Ainda falta um bom tempo para as eleições, mas pretendo dizer aqui o que não coube no espaço de comentários do Orkut.

Primeiramente, os candidatos considerados mais fortes são: Dilma Roussef, José Serra, Ciro Gomes e Marina Silva. Eu não tenho grandes ressalvas a respeito do Serra: acho que, sim, é uma pessoa centrada, capaz, mas aparenta não ter pulso firme. O que eu quero dizer é que ele seria ótimo como Ministro, por exemplo, mas não como presidente. O que vejo é uma pessoa que pensa, projeta, mas não age ou demora a agir. Embora isso possa ser uma qualidade, um presidente precisa de ações mais imediatas e precisa se impor, inspirar respeito. O Serra é uma pessoa boa que eu gostaria de ver no Governo, mas não como figura central.

Prosseguindo, temos o Ciro Gomes. Olha, eu não conheço quase nada do passado político dele, muito menos algum projeto relevante que ele tenha feito. No entanto, ele não me parece preparado para o cargo, muito menos possuir uma equipe que o auxilie durante todo o processo. Eu ficaria com medo de tê-lo como presidente, pois é não somente uma figura desconhecida no contexto internacional, como também pouco lembrada no nacional.

A Marina Silva, por sua vez, tem bastante renome internacional e foi até mesmo escolhida como uma das 50 pessoas que mais lutam para melhorar as condições ambientais do mundo. Sim, ela sabe lidar com essas questões. Agora, e quanto à presidência? Eu sempre tenho medo de gente radical no poder porque eles parecem não ter ciência que uma reforma agrária e emprego para todos levam tempo. Já chegam discursando e propondo mover mundos e fundos, passar por cima de quem for e conseguir igualdade. Não é assim. Se levou tanto tempo pra tudo ficar como está, levará mais tempo ainda pra se resolver ou amenizar. Eu tenho medo do radicalismo e propostas que beiram o absurdo. Sim, ela tem bom coração. Mas presidente precisa ser inteligente para conciliar bom coração com realidade.

Esqueci de todos os outros candidatos que nem conheço, mas acham que ainda é possível ter comunismo no mundo de hoje. Sem falar naqueles que acham que o Brasil é neo-liberal, que temos que mudar, que é preciso de revolução agora. Céus, existir proposta tão antiquada e obsoleta nos dias de hoje justifica a porcentagem ínfima de votos que eles recebem...

Por fim, há a Dilma Roussef. Existem todos aqueles que comentam da campanha que ela tem feito fora de hora. Meus queridos, essa campanha começou há anos, desde o momento em que ela foi designada ao cargo de Ministra. Ela é a pessoa que mais tem ciência do que se passa no Brasil justamente por ser tão próxima ao presidente. Ela faz parte da equipe dele, a qual foi fundamental para as melhorias que têm ocorrido no Brasil.

Na minha opinião, ela é a pessoa mais capaz de continuar com os programas sociais, com as medidas relacionadas ao PAC e com tudo que envolve o crescimento econômico do país. Falam da falta de experiência dela, mas não acho que isso será empecilho uma vez que a equipe que auxiliou o Lula continuará a auxiliando. Sem falar que ela já tem considerável conhecimento por parte de outros líderes mundiais e estes, que confiam no Lula, já sabem da ligação dos dois. Dessa forma, ela me parece a pessoa com mais capacidade de continuar a governar o país.

Confesso que eu tinha total antipatia pelo Lula, mas isso se deve à visão distorcida que tinha dele. Achava que era um revolucionário, do tipo que faria milhões de imposições e não traria progresso ao país. Ele superou as minhas expectativas. Aliás, não só ele: a equipe dele. Logo, quem melhor pra dar continuidade do que alguém que participou ativamente?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Me dá meu chip, Oi!

Ontem amanheceu como qualquer outro dia. Estava mais cinzento do que os dias anteriores, mas nunca vi quarta-feira de cinzas diferente disso. Mal saí do meu quarto, ouço minha mãe dizer que meu pai precisa dos chips do celular. Perguntei a razão. Ela me disse: renovação do plano.

Nós temos Oi Conta Total há dois anos, desde que colocamos internet por causa da minha faculdade e que ganhei meu primeiro celular. Dentre as vantagens do plano, temos as seguintes: dois chips (CHIP CHIP, alô, Tarso Cadore), 200 minutos em cada celular de ligações gratuitas, 100 mensagens gratuitas, Internet de 1Mb e custo de ligação local para chamadas com 31. Sim, é bastante completo e vantajoso.


COMPRE, COMPRE, COMPRE! Dedão Bottini de qualidade!


Entretanto, da mesma forma que tudo tem um lado bom, tem o lado ruim. Brilhante, não? Alô, Cleber Machado. A Oi tem algumas exigências quanto à renovação do plano, a saber: você não pode renovar o plano no nome da mesma pessoa, deve trocar de chips ao vencimento do contrato e deve receber um novo número num prazo de 24h. Ou seja, queridos, meu chip foi tomado de mim ontem.

ME DÁ O QUE É MEU!!!!

Passei muito tempo pensando sobre essa estratégia. Sim, foi extremamente inconveniente e no começo eu fiquei bastante nervosa. Mas seria apenas um dia de férias sem meu celular. Logo, foquei meus pensamentos em descobrir o motivo de fazerem isso. É algo bastante simples, mas se preparem para a teoria da conspiração.

As agências da Oi provavelmente recebem algum tipo de comissão por firmarem um número x de contratos. Assim, é mais conveniente que, em vez de renovarem, eles simplesmente façam mais contratos. Além disso, isso significa que novos números serão registrados, dando a entender que a Oi possui mais clientes que as outras operadoras. Isso provavelmente é revertido em algum tipo de comissão para as agências, principalmente se envolver cumprimento de metas anuais.

Sei que a situação foi rapidamente resolvida e que existem muitos benefícios nesse plano da Oi. Claro, ela é uma empresa, mas é lamentável que empresas de sucesso necessitem de tanta burocracia pra sobreviver. Sim, empresas, porque tenho certeza de que ela não é a única a ter uma conduta financeiramente orientada. Agora, seria bom que elas percebessem que dependem dos clientes para que se mantenham sempre assim...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O fácil e o necessário

Semana passada, eu entrei um pouquinho em desespero. Meu estoque de filmes gravados estava chegando ao fim e faz calor demais pr'eu ousar sair de casa e caminhar. Além disso, esse calor torna impossível sentar e estudar Finanças, algo que eu prometi que faria durante as férias. Eu detesto a idéia de ficar mofando, de ficar entediada, de ficar olhando pro relógio e perceber que se passaram apenas alguns minutos. O computador aqui em casa é dividido, de modo que não posso ficar aqui quantas horas eu desejar. Além disso, chegaria a um ponto em que minhas opções virtuais também se esgotariam. So I had a little meltdown... Ok, eu sei que isso significa ataque de egoísmo, de desespero, de frustração. E aí eu fiquei me lamentando e chorando por coisas que já foram e com as quais eu deveria me acostumar. Na verdade, parte da sensação que eu experimentei pode ser lida em 'Harry Potter e a Ordem da Fênix'. Sim, aquele começo, aquele desabafo, a sensação de estar sozinha enquanto todas as pessoas de que você gosta se divertem: foi exatamente aquilo.

Eu adoraria dizer que isso nunca aconteceu e que foi a primeira vez que senti isso. Bom, não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira. Entretanto, é como acontece com o calor: sempre achamos que no passado foi menor e que agora é pior. Enfim, eu tenho essa coisa que realmente me incomoda, mas que geralmente fica nisso: um incômodo. Essa coisa se chama pessimismo com uma dose extra de reclamação e uma pitada de inconformismo com essência de descontrole.


GARÇOOOOOOM!

A todos que desconhecem isso, podem ter certeza que é insuportável. Aliás, é pior ainda quando as coisas passam e você pode ter uma visão mais clara do acontecido. Algo que foi muito útil foi um diálogo do filme 'O Diabo veste Prada'. O trecho em questão é o de uma conversa entre o Nigel (Stanley Tucci, nunca mais visto com os mesmos olhos após 'The Lovely Bones') e a Andy (Anne Hathaway). Basicamente, a Andy faz infinitas reclamações de como as pessoas são duras com ela quando ela fazia seu melhor. E aí o Nigel diz uma das melhores falas do filme, na minha modesta opinião:

You are not trying. You are whining. What is it that you want me to say to you, huh? Do you want me to say, "Poor you. Miranda's picking on you. Poor you. Poor Andy"? Hmm? Wake up, six. She's just doing her job. (...) And you want to know why she doesn't kiss you on the forehead and give you a gold star on your homework at the end of the day. Wake up, sweetheart.

É tão mais fácil e confortável reclamar pelo que não acontece como queremos, não? Não estou dizendo que reclamar seja algo ruim, longe disso. Estou apenas pensando em quantas vezes já tive um 'meltdown' desnecessário, em quantas vezes eu deveria ter me mantido calma, pensado e, só então, falado. Eu costumo me sentir frustrada, desanimada, triste por coisas a que a maioria das pessoas não costuma nem prestar atenção. Além disso, costumo tentar justificar o presente por meio do passado, o que nunca me faz bem.

Sempre achei que escrever fosse uma excelente maneira de canalizar isso. Sim, é, é um exercício muito bom. Mas é inútil se fica aqui, num post de blog, no mundo virtual. Só faz sentido se tiver reflexo no mundo real.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Respostas

A subjetividade nas interpretações é algo que me deixa muito curiosa. Já aconteceu com vocês de assistir a um filme ou programa de tv, ler algo e se identificar com isso, sendo que não houve efeito algum em outra pessoa? Devo dizer que isso acontece comigo o tempo todo. Às vezes algumas coisas soam tão pertinentes que eu tenho a ousadia de pensar 'Isso foi feito pra mim'. Na verdade, acho que o melhor pensamento deveria ser 'Isso não poderia ter vindo em melhor hora'.

Acho que isso só serve pra colocar pra fora algo que estava na nossa mente, mas a que ainda não tínhamos prestado a devida atenção. Nós já sabíamos essas respostas, mas precisávamos de algo que as gritasse, que as jogasse em nossa cara e nos fizesse entender tudo. Quanto à tendência de nos colocarmos no lugar da personagem, talvez isso só nos dê uma sensação de conforto, de que não somos tão estranhos assim afinal de contas.

Isso tem tanto vantagens, quanto desvantagens. Quer dizer, é esquisito pensar que você só caiu na real ou encontrou o que procurava por meio de uma obra de ficção que não foi feita exclusivamente pra você. Você simplesmente soube tirar proveito disso, mas é incapaz de tirar proveito da realidade. Por outro lado, é bom pensar que alguém no mundo sabe pelo que você passa, uma vez que soube escrever sobre isso e apresentar ao público.

Será que as respostas sempre vêm dos lugares mais improváveis do mundo?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O Carnaval da Emília

A menina chegou em casa saltitante e contou para a mãe que haveria baile de carnaval na escola. Como a mãe sabia costurar, pediu que fizesse uma fantasia para ela. Não sabia de que queria; apenas saberia que queria. Por dias e dias, a rotina se repetia: a garotinha chegava da escola e encontrava a mãe costurando retalho por retalho a saia de sua fantasia. A mãe saiu sob o sol quase todos os dias para comprar fitas, pedaços de pano e outras coisas necessárias para finalizar a fantasia da filhinha. Aquilo era prazeroso tanto para uma quanto para outra e ambas aguardavam ansiosamente o dia em que a garotinha de 5 anos usaria a fantasia.

Finalmente chegou o grande dia. A menina vestiu a saia, o colant em que alguns retângulos de tecido tinham sido costurados, a meia-calça, a sapatilha e as fitinhas no cabelo. Lá estava: uma perfeita boneca de pano, uma perfeita Emília. A mãe finalizou fazendo a maquiagem da personagem no rosto da filha e se despediu com um beijo doce. A menina seguiu para a escola com o pai, aguardando ansiosamente pelo recreio.

Chegando à escola, estava tão animada que não conseguia parar quieta. Foi brincar de correr com as amiguinhas e acabou batendo com a cabeça numa coluna chapiscada. O machucado ardeu bastante e sangrou um pouquinho. Mais tarde, haveria quem dissesse que explicava muita coisa ela ter batido a cabeça com 5 anos de idade. Mas ela tinha outras preocupações em mente: fazer bonito com sua fantasia de Emília.

A aula custava a passar e ela realmente não prestou muita atenção no que a professora do pré dizia. Desenhou, pintou, fez a atividade pedida, mas não parava de olhar no relógio. Finalmente, 15h! Chegara a hora do baile de carnaval! Apanhou a bolsinha de confete que ganhara da mãe e seguiu com os coleguinhas para a quadra, onde se daria a festinha escolar. A maioria de suas colegas escolhera se vestir de odalisca, de modo que sua roupa era a mais fechada. Mas ela pouco se importava: sentia-se orgulhosa, principalmente porque vestia algo que sua mãe fizera.

A festa foi exatamente como ela imaginara: uma deliciosa bagunça. Todos corriam, pulavam, jogavam confete e serpentina uns nos outros ao som de músicas a que ela não prestou muita atenção. A tarde, entretanto, correu como o vento. Em pouco tempo, ela estava no banco traseiro do carro, cansada, mas feliz com sua fantasia de Emília.

Jamais se esqueceria daquilo, daquela alegria descompromissada, daquela festa animada, daquela diversão. Os carnavais seguintes seriam animados até uns quatro, cinco anos depois, mesmo que sem fantasias. Após isso, já não existiriam. Seria apenas um feriado, uma desculpa para ficar em casa e suspirar por saudades de seu carnaval preferido. Veria apenas pela televisão, desejosa de acompanhar um desfile no Rio de Janeiro. Não veria propósito nos ditos blocos de rua, desculpa para bebidas e pegação em excesso. Não sairia de casa para comemorar em um baile de fantasia em sua cidade, pois eles simplesmente não existem mais.

É, Maria Clara, faz quase 15 anos que você tinha 5 anos.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

I love rumors! NOT.

Ontem, conversando sobre a UNIFEI com a minha mãe, ela me disse o seguinte:

"A Lourdes disse que rolou trambicagem no vestibular da efei neste ano".

Eu sabia exatamente do que ela falara: houve cursos em que pouquíssimas pessoas foram aprovadas, apesar de muitas terem se inscrito. Isso ocorreu porque os desclassificados não atingiram a nota mínima no ENEM, o qual era um dos pré-requisitos. Caso você atingisse ou superasse a nota mínima, teria sua prova específica dissertativ
a corrigida seria (ou não) aprovado.

Mas por que eu estou contando isso? Oras, porque isso me fez pensar nos boatos e em como a maioria deles seja baseada em ignorância ou maldade. Claro que há verdade por trás de alguns deles. Aliás, já dizia Hans Landa: "I love rumors! Facts can be so misleading, where rumors, true or false, are often revealing". Sim, de fato: muitos boatos tendem a revelar algum tipo de verdade. No entanto, baseiam-se em quê? Em especulações.



O pior de tudo são as especulações provenientes da maldade. TV Fama sobrevive disso e é lamentável. Dá até pra compreender a antipatia de gente famosa em ceder entrevista. Edição é uma ferramenta pra gerar boato. Basta dar uma manipulada e voilá! Você cria uma nova realidade, a qual muitas vezes pode causar muitos e muitos estragos, além de dores de cabeça.

Já a ignorância gera boatos como o que apresentei neste post. Não estou chamando ninguém de burro, longe disso. Mas provavelmente o rumor foi criado por pessoas que desconheciam o critério utilizado pela faculdade e escolheram o caminho mais fácil pra explicar a situação. Isso acontece o tempo todo, principalmente quando julgamos uma determinada situação baseada em nossas impressões, não no conhecimento.

Uma das coisas que eu mais tenho tentado ultimamente é ficar longe desse tipo de especulação. Claro que ainda sou humana e gosto de um pouco de fofoca. Entretanto, queria ao menos amenizar isso e tentar ser menos ignorante e menos maldosa às vezes.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Eu não entendo o Oscar

Eu não entendo os critérios da Academia que seleciona e elege filmes para receber o Oscar. O post de hoje será bastante direto ao ponto por algumas razões:

1. Tô mais pra lá do que pra cá
2. Não conheço com profundidade
3. Não vi todos os filmes indicados

Bom, eu vi Guerra ao Terror (The Hurt Locker) semana passada. Passei a maior parte do tempo encarando o mostrador do DVD para saber quanto do filme já fora. O filme mal tem diálogos, mal tem trilha sonora e funciona na base da observação. Não sei quanto a vocês, mas eu não tenho saco para ver gente desarmando bombas ou passando horas sob o sol para dar um tiro no inimigo. A única coisa que o filme me causou foi a seguinte pergunta: "que tipo de pessoa vê prazer nisso?". Porque, olha, garanto que não senti prazer nenhum assistindo ao filme. Já pensou viver isso? Socorro.

Hoje eu vi "Precious". A tradução do título provavelmente é para mascarar o que o filme realmente é: uma história de desgraça. Esperança? Onde? Na cena final? Olha, sinto muito, a história DELA é tudo menos isso... Agora, talvez dê esperanças para os espectadores por não terem uma vida como aquela... Enfim, as atuações são excelentes. Mas o filme só mostra drama e infelicidade. Sabe, tem tanto sofrimento que parece até impossível que isso exista na realidade. Eu quase dormi em muitas das passagens e mudei de tela em outras. Vejam bem, eu não estou cansada hoje, mas o filme me deixou cansada. Vai ver 'sofrimento ilimitado' é um dos pré-requisitos para a indicação de um filme.

Houve, também, Onde os Fracos não têm Vez (No Country for Old Men) um tempo atrás. Olha, a atuação do Javier Barden pode ser sido espetacular, mas não foi suficiente para carregar o filme. É simplesmente cansativo, cheio de rodeios. Poderia ter tido um roteiro tão mais enxuto...

Aliás, parece que 'incompreensão das massas' é um critério para que um filme seja indicado ao Oscar. Quer dizer, geralmente é um pequeno grupo de pessoas especializadas que escolhe o filme. Entretanto, já vi tanta gente querer tirar leite de pedra, como a Érika disse. Não admitem que o filme quer apenas cumprir um determinado objetivo. Não, tiram mil e uma interpretações dele! Essas premiações são tão subjetivas que é estranho ver que tanta gente coloque-as num pedestal... Vai saber!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A menina e a culinária



Eu disse anteriormente que não postaria, por enquanto, minhas impressões de alguns filmes indicados ao Oscar a que assisti. Entretanto, resolvi mudar de idéia. Hoje, vi Julie & Julia, filme estrelado pela excelente Meryl Streep e por Amy Adams, que deixou um pouco a desejar.

O filme me cativou. E isso aconteceu por uma razão bastante particular: a culinária. Desde criança, eu sempre tive interesse nisso. Quando minha mãe cozinhava, eu sempre estava por perto, ajudando-a ou simplesmente sentindo o aroma agradável da comida. Eu adorava assitir a programas em que ensinavam a fazer comida, principalmente o extinto Note & Anote. Sim, eu sei que eu era muito criança, mas gostava mesmo assim. Costumava brincar de programas culinários nos quais eu era uma grande chef de cozinha com um programa de televisão. Além disso, via "Minha comida favorita" na TV Escola, programa em que crianças apresentavam a culinária típica de seus países. Nem precisa dizer que eu imitava tudo depois.

Aliás, eu costumava receber da Nestlé uma série de revistas de culinária. Não, eu não assinava: a Nestlé simplesmente mandava. Primeiramente, foram livretos de culinária infantil. Depois, revistas com receitas mais complicadas e matérias sobre alimentos. Passei uns 8 anos recebendo essas publicações, até que pararam de mandar.

Com o tempo, conforme minha atenção se deslocou para a escola, eu acabei deixando um pouco de lado a culinária. Poderia, sim, ter me dedicado a aprender a cozinhar direito e me arriscado a fazer pratos mais complexos. Entretanto, não foi isso que aconteceu. Continuei acompanhando programas do gênero, como Hell's Kitchen, Top Chef e Ramsay's Kitchen Nightmares.

Ano passado, no entanto, voltei a experimentar aquela vontade de aprender a cozinhar direito quando voltei a acompanhar Hell's Kitchen, após mais de um ano. Nossa, não consigo explicar a sensação que tinha ao ver cada episódio! Sim, era um reality show, mas eu ficava muito impressionada com a parte gastronômica dele. Fiquei até mesmo com vontade de ter meu próprio restaurante!

Tal vontade apareceu com mais força hoje, enquanto eu via Julie & Julia. Quis ser a Julie e fazer todos aqueles pratos em casa. Quis experimentar a alegria que ela sentia ao ver seus amigos elogiarem sua capacidade. Quis entrar em contato com aquela comida, com aqueles ingredientes. Quis ser como a Julia enquanto ela fazia seu curso de culinária. Quis, principalmente, ter meu próprio restaurante em que eu seria chef de cozinha!

Contudo, eu também sei que isso vai depender do meu esforço, do meu tempo e da minha dedicação. É, por enquanto, uma vontade, um possível sonho. Não é algo que pretendo fazer, mas que me traria muita alegria se eu conseguisse. Eu amo comida. Amo, logicamente, comer boa comida. Mas aprender a prepará-la me traria disciplina, concentração e, principalmente, alegria. E, quem sabe, realização.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tempos modernos what?

Após cerca de uma semana sem postagens, estou de volta. Digamos que eu desfrutei da outra melhor semana de férias que já tive, tendo a primeira sido no começo de janeiro. As duas foram igualmente excelentes e as melhores de todas as férias que já tive. Claro que as saudades voltam com muita força. Mas não é isso o ponto do post de hoje.

Eu ia falar dos filmes a que assisti, mas ainda falta ver alguns. Então, acho que esse assunto ficará para o futuro. Não quero falar de mim, de meus sentimentos, pois acho que o momento não é propício. Que tal falar de algo banal? Parece muito mais apropriado, embora não muito atrativo. Estou com muita dor de cabeça neste exato momento e raciocinar demais piora tudo. Além disso, meus próprios olhos estão doendo, de modo que encarar o monitor parece um calvário.

Pois bem, um dia eu planejava escrever sobre a falta de cabimento da minissérie Dalva e Herivelto. Até iniciei o post e me deparei com uma questão. Antigamente, as minisséries costumavam durar um mês quase. Hoje em dia, não passam de cinco dias. Eu não entendo se é falta de roteirista, de atores, de disposição. Aliás, foi exatamente isso que motivou o post de hoje.

Eu estava vendo Tempos Modernos, que é a novela das 19h da Globo. Por quê? Oras, simplesmente porque eu não tenho nada pra fazer nesse horário. Percebe-se, não? Enfim, em poucos episódios, já é possível perceber que a atração não tem o mínimo de pé nem cabeça. Olha, nada contra atores iniciantes. Mas o elenco é quase todo desconhecido e pouco preparado. Nota-se a falta de carisma, de envolvimento, de expressão. É como assistir a Malhação. Entretanto, enquanto este tem o propósito de servir como laboratório/celeiro de atores, a novela das 19h tende a ser algo mais consistente. Sem mencionar a Grazi. Ela pode ser simpática e carismática, mas não convence nem minha avó como mulher fatal que sabe lutar. Booooring.

O enredo é um caso totalmente à parte. Um ricaço se finge de doente e acaba descobrindo que de fato está doente. Duas dondocas que andam pra cá e pra lá de vestidos com brilhantes em pleno centro de São Paulo. Uma maternidade dentro de um prédio. Uma São Paulo sem chuva. Uma gangue de lutadores de artes marciais que planeja dominar um prédio. A propósito, isso merece menção honrosa, pois, no primeiro capítulo, o Guilherme Weber (Albano) disse o seguinte: esse prédio um dia será meu MUAHAHAHAHA. E sabem o que é pior? O Dr. Abobrinha participa da novela interpretando um homem mudo.


Esse castelo, ops, prédio um dia será meu MUAHAHAHAHAAHA!

Além disso, a novela parece ter sido inspirada na minissérie Cinquentinha e na novela anterior, Caras e Bocas. Agora há uma disputa entre três pessoas por uma fortuna. É um desafio em que se deve maximizar o dinheiro que o Antonio Fagundes deixou às filhas como herança.

Eu tento e tento, mas não me conformo com essa novela. Talvez a falta de noção seja um pré-requisito nesses tempos modernos...