Uma das coisas de que mais sinto falta é de estudar História. Estou falando sério: eu amo. Não foi sempre assim, pois até a quinta série, eu nem ligava muito pra matéria. E acabei de me lembrar o porquê disso.
Na quinta série, lá no Colégio Sagrado Coração de Jesus, tudo mudou. Fui estudar de manhã, entraram novos alunos, os professores mudaram todos. Enfim, marcou bastante a minha vida. Acontece que o livro de História foi o que mais me impressionou: ele era colorido, tinha uma textura diferente, tinha gravuras legais e muitos textos interessantes. Entretanto, o professor não poderia ser mais diferente do livro. O nome dele era Alex e hoje em dia ele é dono de um salão de beleza. É. E naquela época ele só dava aula de camiseta rosa. É. E ele usava uma capa protetora para não sujar as unhas de giz. É. Ele fazia luzes com bastante freqüência. É. Isso foi há quase 10 anos. É. Deixando claro que a descrição a que me refiro é a física, pois eu costumo associar o perfil físico dos professores às matérias que lecionam.
Prosseguindo, ele não sabia dar aula direito. Juro, ele não sabia dar aula. Chegou na prova, valendo 6, eu tirei 3,5. Naquele momento, parecia que minha vida tinha acabado, pois eu perdera média. Nunca havia acontecido isso em toda a minha vida! Eu fiquei desesperada, não podia ficar de recuperação por causa dele! Passei a véspera da segunda prova estudando com a minha mãe até às 3h da manhã. Fiz a prova e fui super bem, amém.
Pouco tempo depois disso, o Alex desistiu de ser professor de História e foi cuidar do salão. Em seu lugar, entrou uma professora que era um amor: a Rosana. Meu Deus, como ela era boazinha! E como ela explicava bem! Juro, está no meu ranking de melhores professores da minha vida. Ela fez com que eu me apaixonasse pela matéria e passasse a estudá-la por fora, assistindo a documentários, etc. Ela sempre passava filmes pra gente, trabalhos interessantes que aumentaram ainda mais meu gosto pela matéria.
Na sexta série, eu comecei a 'dar aulas' pr'os meus colegas de sala. Isso perdurou até o segundo colegial, aliás. Enfim, duas delas tinham grandes dificuldades em História. Estudamos muito, muito mesmo. Elas quase gabaritaram a prova e a professora ficou extremamente grata a mim. Deu vontade de falar que não precisava agradecer, que era um prazer passar meu tempo estudando tudo o que aconteceu para que o mundo viesse a ser como é agora.
Posteriormente, na oitava série, tudo desmoronou. Meu novo professor conseguiu entrar para a minha lista de piores professores do mundo. Pra vocês terem idéia, a aula era assim: ele passava alguns tópicos inúteis no quadro numa caligrafia totalmente incompreensível e depois passávamos o restante da aula grifando a apostila idiota. A prova era mobral. O teste era totalmente previsível porque, sabendo fazer duas, era só completar o restante da folha em diagonal.
Mudei de escola no primeiro colegial. A experiência não foi lá muito diferente de estudar no CSCJ. Devo confessar que adoraria ter levado comigo alguns professores de lá para o G9. Mas havia uma professora excelente de História na nova escola: a Benerina. Aliás, hoje em dia eu não sei dizer se a professora era excelente ou se eu é que me tornara uma apaixonada por História, pois eu já chegava à aula dela sabendo tudo que ela ia ensinar.
Também passei a ter Artes. Embora a gente exercitasse o lado artístico, também havia a parte histórica da arte. E eu simplesmente adorava porque era tão legal acompanhar de que maneira o que aconteceu num determinado período influenciou a produção artística de tal! Era apaixonante e foi a partir daí que passei a dedicar meu tempo a assistir a documentários no Discovery Channel.
No segundo colegial, passamos a ter História do Brasil com o Paulino. Ele passava grande parte da aula xingando os EUA, defendendo o Lula, defendendo os sem-terra, condenando o capitalismo, etc. Legal era ver os revolucionários de cadeira da sala aplaudindo o que ele dizia enquanto usavam Nike, Adidas, planejavam intercâmbio para os EUA, etc. Ainda mais legal era ver como eles não faziam idéia do que era a teoria socialista. Melhor ainda era eles acharem o comunismo lindo, mas não terem disposição alguma a agir conforme este. Enfim, foi uma experiência muito desagradável ter aula com esse professor. Hoje em dia ele é vereador da cidade. E olha...
No terceiro colegial, História ficou totalmente em segundo plano na grade curricular. Eu estudava numa unidade parceira do Poliedro, que é a escola em São José dos Campos que prepara os alunos pro ITA. Sim, o foco do ensino era nas matérias de que menos gosto: Matemática e Física. História passou a ser uma matéria corrida, explicada superficialmente, pouco respeitada. Era muito triste acompanhar a explicação das revoluções, das obras que marcaram determinados períodos. A Revolução Francesa, em toda sua magnitude, era alocada a um intervalo de quinze minutos. Napoleão passou a conquistar terras em cinco minutos. Snif.
Na faculdade, História sumiu da minha vida. Evaporou. Nunca mais foi mencionada na minha vida, nunca mais foi estudada, nunca mais teve um lugar de destaque dentre minhas preferências. Não tenho mais tv a cabo/Sky/similares para acompanhar os documentários de que tanto gostava. Não tenho dinheiro para comprar todos os livros que gostaria de ler.
Não sei ao certo se algum dia conseguirei incluir de novo História em minha vida; talvez agora a única história seja a minha. Talvez se transforme num simples hobby, apenas numa distração. Adoraria que meus filhos tivessem a mesma paixão que eu tive, pois aprendi muito com essa matéria. A partir disso, desenvolvi meu senso crítico e acredito que isso seja fundamental a todos. Muitos consideram uma matéria monótona, mas me auxiliou a perceber que tudo o que somos hoje pode ser explicado pelo que fomos antes.
Essa é a história da menina que gosta de História.
Na quinta série, lá no Colégio Sagrado Coração de Jesus, tudo mudou. Fui estudar de manhã, entraram novos alunos, os professores mudaram todos. Enfim, marcou bastante a minha vida. Acontece que o livro de História foi o que mais me impressionou: ele era colorido, tinha uma textura diferente, tinha gravuras legais e muitos textos interessantes. Entretanto, o professor não poderia ser mais diferente do livro. O nome dele era Alex e hoje em dia ele é dono de um salão de beleza. É. E naquela época ele só dava aula de camiseta rosa. É. E ele usava uma capa protetora para não sujar as unhas de giz. É. Ele fazia luzes com bastante freqüência. É. Isso foi há quase 10 anos. É. Deixando claro que a descrição a que me refiro é a física, pois eu costumo associar o perfil físico dos professores às matérias que lecionam.
Prosseguindo, ele não sabia dar aula direito. Juro, ele não sabia dar aula. Chegou na prova, valendo 6, eu tirei 3,5. Naquele momento, parecia que minha vida tinha acabado, pois eu perdera média. Nunca havia acontecido isso em toda a minha vida! Eu fiquei desesperada, não podia ficar de recuperação por causa dele! Passei a véspera da segunda prova estudando com a minha mãe até às 3h da manhã. Fiz a prova e fui super bem, amém.
Pouco tempo depois disso, o Alex desistiu de ser professor de História e foi cuidar do salão. Em seu lugar, entrou uma professora que era um amor: a Rosana. Meu Deus, como ela era boazinha! E como ela explicava bem! Juro, está no meu ranking de melhores professores da minha vida. Ela fez com que eu me apaixonasse pela matéria e passasse a estudá-la por fora, assistindo a documentários, etc. Ela sempre passava filmes pra gente, trabalhos interessantes que aumentaram ainda mais meu gosto pela matéria.
Na sexta série, eu comecei a 'dar aulas' pr'os meus colegas de sala. Isso perdurou até o segundo colegial, aliás. Enfim, duas delas tinham grandes dificuldades em História. Estudamos muito, muito mesmo. Elas quase gabaritaram a prova e a professora ficou extremamente grata a mim. Deu vontade de falar que não precisava agradecer, que era um prazer passar meu tempo estudando tudo o que aconteceu para que o mundo viesse a ser como é agora.
Posteriormente, na oitava série, tudo desmoronou. Meu novo professor conseguiu entrar para a minha lista de piores professores do mundo. Pra vocês terem idéia, a aula era assim: ele passava alguns tópicos inúteis no quadro numa caligrafia totalmente incompreensível e depois passávamos o restante da aula grifando a apostila idiota. A prova era mobral. O teste era totalmente previsível porque, sabendo fazer duas, era só completar o restante da folha em diagonal.
Mudei de escola no primeiro colegial. A experiência não foi lá muito diferente de estudar no CSCJ. Devo confessar que adoraria ter levado comigo alguns professores de lá para o G9. Mas havia uma professora excelente de História na nova escola: a Benerina. Aliás, hoje em dia eu não sei dizer se a professora era excelente ou se eu é que me tornara uma apaixonada por História, pois eu já chegava à aula dela sabendo tudo que ela ia ensinar.
Também passei a ter Artes. Embora a gente exercitasse o lado artístico, também havia a parte histórica da arte. E eu simplesmente adorava porque era tão legal acompanhar de que maneira o que aconteceu num determinado período influenciou a produção artística de tal! Era apaixonante e foi a partir daí que passei a dedicar meu tempo a assistir a documentários no Discovery Channel.
No segundo colegial, passamos a ter História do Brasil com o Paulino. Ele passava grande parte da aula xingando os EUA, defendendo o Lula, defendendo os sem-terra, condenando o capitalismo, etc. Legal era ver os revolucionários de cadeira da sala aplaudindo o que ele dizia enquanto usavam Nike, Adidas, planejavam intercâmbio para os EUA, etc. Ainda mais legal era ver como eles não faziam idéia do que era a teoria socialista. Melhor ainda era eles acharem o comunismo lindo, mas não terem disposição alguma a agir conforme este. Enfim, foi uma experiência muito desagradável ter aula com esse professor. Hoje em dia ele é vereador da cidade. E olha...
No terceiro colegial, História ficou totalmente em segundo plano na grade curricular. Eu estudava numa unidade parceira do Poliedro, que é a escola em São José dos Campos que prepara os alunos pro ITA. Sim, o foco do ensino era nas matérias de que menos gosto: Matemática e Física. História passou a ser uma matéria corrida, explicada superficialmente, pouco respeitada. Era muito triste acompanhar a explicação das revoluções, das obras que marcaram determinados períodos. A Revolução Francesa, em toda sua magnitude, era alocada a um intervalo de quinze minutos. Napoleão passou a conquistar terras em cinco minutos. Snif.
Na faculdade, História sumiu da minha vida. Evaporou. Nunca mais foi mencionada na minha vida, nunca mais foi estudada, nunca mais teve um lugar de destaque dentre minhas preferências. Não tenho mais tv a cabo/Sky/similares para acompanhar os documentários de que tanto gostava. Não tenho dinheiro para comprar todos os livros que gostaria de ler.
Não sei ao certo se algum dia conseguirei incluir de novo História em minha vida; talvez agora a única história seja a minha. Talvez se transforme num simples hobby, apenas numa distração. Adoraria que meus filhos tivessem a mesma paixão que eu tive, pois aprendi muito com essa matéria. A partir disso, desenvolvi meu senso crítico e acredito que isso seja fundamental a todos. Muitos consideram uma matéria monótona, mas me auxiliou a perceber que tudo o que somos hoje pode ser explicado pelo que fomos antes.
Essa é a história da menina que gosta de História.
Gostei, gostei muito.
ResponderExcluirHistória é minha matéria favorita também desde a 5ª série. E, desde essa época, foi por ela que passaram alguns dos melhores professores que já tive - quatro deles, deixando de lado apenas uma magrelinha da voz irritante na sétima série.
Na faculdade, História continua sendo legal, mas meus professores foram um senhor bochechudo da barba rala - ótima pessoa, é bom dizer - que falava, falava, falava, falava, falava, falava, falava, falava... E um comediante de stand-up da terceira idade, que só fazia uso de um quinto da aula. Em suma, o conteúdo foi bem aproveitado pelo que foi lido nas minhas madrugadas em casa. Afinal, passei grande parte do horário acadêmico/histórico cochilando.
Fugindo do assunto, mas aproveitando o gancho da abordagem mais pessoal do texto, quero criar um pseudônimo. Sério. Depois que "descobriram" meu blog (mea culpa, culpa da minha pseudo-propaganda), não me sinto tão confortável para citar nomes, despejar críticas mais diretas e coisas do tipo.
O único problema de um blog paralelo seria o óbvio: se mantido em segredo, ninguém - absolutamente ninguém - leria. E eu não quero um diário.
Nossa, você tá num ritmo ótimo! :O
ResponderExcluirQuisera eu ter tanta inspiração pra fazer praticamente um post diário...
Eu adoro história, geografia, artes, português... Essas coisas que explicam o mundo em que a gente vive hoje e de preferência não envolvam números =~
Tá, português não é lá uma matéria que explique muita coisa, mas eu amo mesmo assim.
O layout tá bem bonitinho, MC *-*