sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A menina e suas viagens


Ok, acabei de colocar Franz Ferdinand pra tocar enquanto começo a escrever mais um post que ninguém vai ler mesmo. Minha cabeça anda meio ocupada com determinados assuntos e tenho tido dificuldades em me focar para escrever aqui. Muitas idéias, mas nenhuma parece ser pertinente. Não que eu precise justificar meus posts, mas tem coisa que simplesmente não se encaixa... Isso é complicado: tem tanta coisa que eu gostaria de compartilhar aqui, mas não agora. E são temas simples, não são sérios ou dúbios. Mas não parecem pertinentes, não fluem, não são apropriados. Espero que entendam meus dilemas.

Eu adoraria falar sobre música, mas sinto que não disponho do conhecimento necessário para tal. Sei que não sou escritora profissional e nem tenho a intenção de me tornar. Aliás, um dia, comentando sobre o blog, eu ouvi o seguinte "meu Deus do céu, mas é apenas um blog!". Imediatamente, repliquei: "mas eu amo escrever, fiquei tanto tempo sem exercitar e estou com a cabeça cheia de idéias!". Hoje, sei que a resposta mais apropriada deveria ter sido "é apenas um blog, o que não significa que não deva ser bem feito, oras bolas!".

Taí uma coisa que eu sou: caprichosa. Alguns poderiam dizer que se chama perfeccionismo ou até mesmo obsessão. Discordo, estão errados. Eu gosto mais da palavra capricho, pois sempre achei que ser caprichosa fosse um elogio nos tempos de escola. Todas disputavam pelo caderno mais caprichado, pela letra mais redondinha e... caprichada! Novamente, se trata apenas de querer fazer algo direito, bem feito. Não somente para causar boa impressão ou engrandecer o ego. Muito menos somente por exercitar a vaidade. Não. Por que fazer algo medíocre quando você pode fazer algo caprichoso, melhor, mais interessante? É um desperdício, não?

Mas, voltando, é por isso que não ouso escrever sobre determinados assuntos. Dá aquela sensação de vergonha, sabe? De dizer algo totalmente longe da verdade, de não ser capaz de exprimir uma opinião condizente com a realidade. Sinto que preciso de mais informação para me aventurar a fazer isso. Por isso os posts daqui acabam sendo tão pessoais: o que melhor conheço no mundo sou eu mesma. Assumo que não me conheço tanto quanto gostaria, mas estou ciente dos meus gostos, daquilo que já vivenciei, de minhas esperanças e medos.

Claro que isso é um tanto quanto chato. Não sei se as pessoas gostam de ler os devaneios, as incertezas, os sentimentos de outra pessoa. Não sei até que ponto isso deixa de ser legal e se torna monótono, chato, enfadonho... Já aviso que será assim na maioria das vezes. Já aviso que o blog é totalmente subjetivo. Nada de textos de algum possível eu-lírico. Não sei fazer direito: por que, como disse, faria, então?


Aviso, também, que embora algumas das minhas lamúrias sejam compatíveis com suas experiências, outras serão totalmente incompreendidas. Mas não é assim o ser humano? Duvido que um psicólogo seja capaz de compreender totalmente seu paciente. Ou que todas as intenções dos indivíduos sejam entendidas em sua essência. Não, a incompreensão permeia toda e qualquer situação. Acredito que há sempre o elemento desconhecido. Aceitamos, mas nem por isso compreendemos. Damos nossa opinião, mas nem sempre após a compreensão total dos fatos.


Aliás, talvez esse pedaço onipresente de incompreensão seja responsável por tantas discussões. Afinal, mesmo após explicações e explicações, tendemos a pensar: "mas não era esse o caminho! Eu não teria agido assim, teria feito de tal forma! Você sofreu à toa! Você não pensou!". Isso também esconde toda uma subjetividade, não, uma vez que
outsiders tendem a ter uma percepção diferente. Logo, compreendem de maneira diferente. Interpretam de outro jeito. Esse é o pedacinho de incompreensão agindo.

É como eu disse uns posts atrás: nunca conseguimos, de fato, nos colocar no lugar do outro.
Dizendo isso, sei que também demonstro não ser tão empática quanto gostaria. Quer dizer, se espero que os outros compreendam o que eu disse, por que não sou capaz de compreender seus conselhos e sugestões? Acredito que escrever isso, ou seja, reconhecer o problema, é um passo para o resolver. Dividir experiências, apesar de às vezes ser arriscado, é muito útil. Claro, se há algum retorno, algum feedback.

Digo que é arriscado não porque sou pessimista, mas porque acredito que há um limite. A propósito, falar sobre isso era uma das minhas idéias, mas não funcionou. Enfim, é como li esses dias: "da minha intimidade, quem cuida sou eu". E isso é ainda mais verdade quando não se trata apenas da sua intimidade. De qualquer forma, é uma das razões por eu ter dificuldades em escolher assuntos para posts. Eu, de fato, preciso escolher. Não estou reclamando: gosto disso, acredito nisso, faz parte, como diria o grande Kléber Bambam. Isso, de alguma forma, reforça meus exercícios mentais, gera mais necessidade de reflexão. E, acreditem, pensar nunca é demais.

Não sei como cheguei a isso. Relendo o post, não entendi até agora como meus pensamentos fluíram nessa direção! Haha, acho que eles funcionaram com ímãs até que eu, finalmente, conseguisse dizer o que queria desde o começo! Ou eu simplesmente ando pensando demais nessa grande quantidade de tempo livre que tenho tido. Aquelas brainstorm sessions recomendadas por minha professora de Empreendedorismo estão finalmente acontecendo, mesmo que na hora menos recomendada. Não entenderam nada? Eu também não.

PS: terminei o post ouvindo Lucid Dreams. Aliás, ouvi Tonight em seu decorrer. Será que isso ajuda a explicar alguma coisa?

Um comentário:

  1. Eu tenho a mesma dificuldade que você. Existem várias coisas que eu gostaria de comentar, mas não tenho segurança suficiente, daí acabo contando histórias pessoais que podem ser transformadas em boas crônicas, sei lá.
    Já pensei em fazer contos, mas nunca consigo pensar em algo pessoal DEMAIS, sabe? Quem me conhece bem vai saber do que se trata ao passar os olhos...

    E concordo sobre o "capricho". Eu odeio fazer coisas pela metade também. Se for pra fazer, que seja bem feito, oras. Odeio terminar algo e saber que aquilo não foi o meu melhor.

    E esses foram os comentários sobre os trechos que meu raciocínio acompanhou rs

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