Sei que não é um excelente padrão de comparação, mas posso dizer que comigo funciona. A freqüência de preparação de sopa de legumes aqui em casa reflete quão boa está a situação familiar. Mais precisamente, da minha mãe comigo.
Eu amo a sopa de legumes da minha mãe. Batata, cenoura, chuchu, batata-salsa, carne em cubinhos, espaguete... Aquele caldinho delicioso! Só de escrever e me lembrar, minha boca se encheu d'água. Ah! Com toda certeza, é uma das coisas de que mais gosto e de que mais tenho saudades.
Quando eu era criança (ia dizer pequena, mas poderia gerar certa confusão), fui apresentada a esse saboroso prato. Não me lembro quantos anos tinha, mas a sensação é de que conheço desde sempre. Apaixonei-me. Não foi somente pelo prato, mas por todo o ritual que o envolvia. Era tão gostoso ver minha mãe descascar os legumes enquanto conversava comigo! Eu costumava brincar de apresentadora de televisão e fingia que ela era minha convidada, como no Note e Anote. Aí vinha depois aquele barulho do alho com sal fritando no óleo! O cheirinho do tomate! E eu auxiliando minha mãe a tomar conta da panela de pressão, fazendo de tudo para que aquele prato fosse o melhor possível.
Minha vó Nina também costumava fazer sopa aos sábados, mas jamais foi igual. Primeiramente porque ela não podia salgar a comida. Em segundo lugar, porque ela não usava o ingrediente especial que minha mãe sempre disse usar: amor. Minha mãe sempre falou que isso deixava a comida dela gostosa: ela fazia com amor.
Foi assim por muitos anos. Toda semana, tínhamos sopa de legumes. Caso eu ficasse doente, já sabia que isso me aguardava. Se estava triste por alguma coisa, mamãe também fazia, pois sabia o quanto eu ficava feliz com aquilo. Eu tomava dois, três pratos! Jamais me enjoava, jamais reclamava. Durante 2007, ano de vestibular, posso garantir que essa comida me deu uma força a mais.
Ano passado, a quantidade de sopas despencou. Sim, eu passei a estudar à noite, mas isso nunca serviu de desculpas para eu não tomar sopa de legumes. Eu costumava tomá-la às 18h e continuava com esse horário desocupado na maioria dos dias. Bastava eu tomar menos, oras. Mas eu passei a ter que implorar por sopa de legumes e por qualquer outra coisa que quisesse. As clientes, as pessoas de fora, minha irmã, meu pai. Há! Essas podem ter atenção quando quiserem, têm um espaço quando precisarem. Basta pedirem. Alias, nem precisam pedir. É gratuito.
A ausência da minha sopa de legumes atingiu um ponto crítico em 2009. Cinco, no máximo seis vezes. Todas imploradas, quase todas feitas de má vontade. Eu fico triste porque sei o rumo que isso vai tomar. Não haverá recuperação: só tende a deteriorar ainda mais. O ingrediente secreto da minha sopa parece estar se esvaindo. Não está sendo dividido, está simplesmente sumindo. Sinto que daqui em diante eu prepararei minhas próprias sopas de legumes.
Eu amo a sopa de legumes da minha mãe. Batata, cenoura, chuchu, batata-salsa, carne em cubinhos, espaguete... Aquele caldinho delicioso! Só de escrever e me lembrar, minha boca se encheu d'água. Ah! Com toda certeza, é uma das coisas de que mais gosto e de que mais tenho saudades.
Quando eu era criança (ia dizer pequena, mas poderia gerar certa confusão), fui apresentada a esse saboroso prato. Não me lembro quantos anos tinha, mas a sensação é de que conheço desde sempre. Apaixonei-me. Não foi somente pelo prato, mas por todo o ritual que o envolvia. Era tão gostoso ver minha mãe descascar os legumes enquanto conversava comigo! Eu costumava brincar de apresentadora de televisão e fingia que ela era minha convidada, como no Note e Anote. Aí vinha depois aquele barulho do alho com sal fritando no óleo! O cheirinho do tomate! E eu auxiliando minha mãe a tomar conta da panela de pressão, fazendo de tudo para que aquele prato fosse o melhor possível.
Minha vó Nina também costumava fazer sopa aos sábados, mas jamais foi igual. Primeiramente porque ela não podia salgar a comida. Em segundo lugar, porque ela não usava o ingrediente especial que minha mãe sempre disse usar: amor. Minha mãe sempre falou que isso deixava a comida dela gostosa: ela fazia com amor.
Foi assim por muitos anos. Toda semana, tínhamos sopa de legumes. Caso eu ficasse doente, já sabia que isso me aguardava. Se estava triste por alguma coisa, mamãe também fazia, pois sabia o quanto eu ficava feliz com aquilo. Eu tomava dois, três pratos! Jamais me enjoava, jamais reclamava. Durante 2007, ano de vestibular, posso garantir que essa comida me deu uma força a mais.
Ano passado, a quantidade de sopas despencou. Sim, eu passei a estudar à noite, mas isso nunca serviu de desculpas para eu não tomar sopa de legumes. Eu costumava tomá-la às 18h e continuava com esse horário desocupado na maioria dos dias. Bastava eu tomar menos, oras. Mas eu passei a ter que implorar por sopa de legumes e por qualquer outra coisa que quisesse. As clientes, as pessoas de fora, minha irmã, meu pai. Há! Essas podem ter atenção quando quiserem, têm um espaço quando precisarem. Basta pedirem. Alias, nem precisam pedir. É gratuito.
A ausência da minha sopa de legumes atingiu um ponto crítico em 2009. Cinco, no máximo seis vezes. Todas imploradas, quase todas feitas de má vontade. Eu fico triste porque sei o rumo que isso vai tomar. Não haverá recuperação: só tende a deteriorar ainda mais. O ingrediente secreto da minha sopa parece estar se esvaindo. Não está sendo dividido, está simplesmente sumindo. Sinto que daqui em diante eu prepararei minhas próprias sopas de legumes.
Tá frenética nas atualizações, heim! Nem sei como você tem inspiração e saco :P
ResponderExcluirEu tenho algo parecido, mas é com a minha vó. Ela sempre fazia geladinho (sei lá como você chama aquele suquinho congelado num saquinho) e um pão caseiro maravilhoso. Com o tempo isso foi acabando, ela alegando que não tinha mais tempo e tal... Faz falta =/