Enquanto escrevo esta postagem, termino de comer o misto quente que minha mãe fez e tento conter minhas lágrimas. Não, eu não gostaria de estar aqui. Eu estava viajando, não interessa para onde, nem com quem, muito embora isso já revele tudo por si só. Foi a melhor semana de férias que já tive em toda a minha vida. De longe. De muito longe. Não há fotos como nas outras, não há aquelas lembrancinhas bregas que todos compram. O que há são apenas as minhas próprias recordações e essas eu jamais conseguiria transmitir a vocês, mesmo que quisesse. Se há uma coisa que eu aprendi a fazer é a guardar certos detalhes para mim. Aliás, detalhes, não. Fatos mesmo. Episódios completos que só interessam a duas pessoas e, portanto, devem permanecer entre elas.
Entretanto, eu precisava de uma introdução para contextualizá-los antes de entrar no assunto deste post. Como vocês sabem, eu moro em uma cidade em que não há cinema. Devo dizer que aprendi a odiar a cidade em que moro após essa viagem que fiz, mas isso é assunto para um próximo post. Enfim, como na cidade a que fui há cinemas, eu não poderia perder a oportunidade de assistir a Avatar, o qual provavelmente é o filme mais falado do último mês. Não vou presenteá-los com uma opinião sem fundamentos a respeito de aspectos técnicos da obra, visto que eu sou totalmente leiga em tais pontos.
Já vi um monte de pessoas afirmar que o filme é um baita clichê. Ok, houve diversas passagens cujos desfechos eram bastante previsíveis. Chegava até a comentar 'nossa, só falta acontecer isso' e, de fato, era o que acontecia. Não vou comparar o filme com Pocahontas como muitos já fizeram, pois nem assisti a esse filme. Mas, pelo que vi das sinopses, são semelhantes em alguns pontos. De qualquer forma, isso é algo que eu não entendo: o estigma dos clichês.
Nunca assisti a nenhum filme no qual não observasse algo que já vi antes. Hoje em dia, no entanto, eu vejo que as pessoas usam como critério de classificação de um filme a quantidade de clichês que nele observam. Desculpem-me pela ignorância, mas eu não tô nem aí se o filme tem ou não tem clichês. Se a história for boa, me agradar, qual é o problema do mocinho ficar com a mocinha no final? Eu não me importo de uma história ter ou não situações recorrentes ou mundanas, pois acho que é justamente para isso que um filme serve. O que as pessoas afirmam ser clichê eu enxergo como situações a quais estão todos sujeitos e pelas quais muitos já passaram. As pessoas mudam; as situações, não. Se não fosse assim, o mundo não estaria cheio de gente por aí pra dizer que te entende, que sabe como é, que já passou por algo.
Num filme como Avatar, há diversas situações mundanas. As pessoas não se apaixonam? As pessoas não mudam com o amor e passam a defender outros ideais? As pessoas não caem na real? As pessoas não repensam suas prioridades? Então! Isso é tão comum! Que o roteiro seja comum, simples, já visto antes. Em Avatar, isso ficou totalmente em segundo plano, na minha opinião. A maneira como a história foi conduzida nos levava a prestar atenção muito mais no que o homem pode fazer com a tecnologia. Levou-me também a pensar que a nossa imaginação não tem limites, muito menos a nossa capacidade de produção. Avatar não é um filme para celebrar a conscientização ambiental: é para celebrar a capacidade, a criatividade e o talento humanos.
Várias vezes, enquanto assistia ao filme, me pegava pensando no quanto gostaria de brincar naquele jardim fluorescente, tocar naquelas plantas que lembram dormideiras (pra quem não sabe, ao relar numa dormideira, ela dorme i.e. fecha as folhas) e voar naquele animal. Exceto a última, são coisas totalmente banais. Mas James Cameron parece ter conseguido criar uma atmosfera que fomenta essas vontades, que as torna tão mais complexas e sofisticadas do que na verdade são.
Talvez isso seja o diferencial do filme: mostrar como o simples pode ser magnífico dependendo da maneira como é retratado. E talvez seja essa a essência do filme.
Entretanto, eu precisava de uma introdução para contextualizá-los antes de entrar no assunto deste post. Como vocês sabem, eu moro em uma cidade em que não há cinema. Devo dizer que aprendi a odiar a cidade em que moro após essa viagem que fiz, mas isso é assunto para um próximo post. Enfim, como na cidade a que fui há cinemas, eu não poderia perder a oportunidade de assistir a Avatar, o qual provavelmente é o filme mais falado do último mês. Não vou presenteá-los com uma opinião sem fundamentos a respeito de aspectos técnicos da obra, visto que eu sou totalmente leiga em tais pontos.
Já vi um monte de pessoas afirmar que o filme é um baita clichê. Ok, houve diversas passagens cujos desfechos eram bastante previsíveis. Chegava até a comentar 'nossa, só falta acontecer isso' e, de fato, era o que acontecia. Não vou comparar o filme com Pocahontas como muitos já fizeram, pois nem assisti a esse filme. Mas, pelo que vi das sinopses, são semelhantes em alguns pontos. De qualquer forma, isso é algo que eu não entendo: o estigma dos clichês.
Nunca assisti a nenhum filme no qual não observasse algo que já vi antes. Hoje em dia, no entanto, eu vejo que as pessoas usam como critério de classificação de um filme a quantidade de clichês que nele observam. Desculpem-me pela ignorância, mas eu não tô nem aí se o filme tem ou não tem clichês. Se a história for boa, me agradar, qual é o problema do mocinho ficar com a mocinha no final? Eu não me importo de uma história ter ou não situações recorrentes ou mundanas, pois acho que é justamente para isso que um filme serve. O que as pessoas afirmam ser clichê eu enxergo como situações a quais estão todos sujeitos e pelas quais muitos já passaram. As pessoas mudam; as situações, não. Se não fosse assim, o mundo não estaria cheio de gente por aí pra dizer que te entende, que sabe como é, que já passou por algo.
Num filme como Avatar, há diversas situações mundanas. As pessoas não se apaixonam? As pessoas não mudam com o amor e passam a defender outros ideais? As pessoas não caem na real? As pessoas não repensam suas prioridades? Então! Isso é tão comum! Que o roteiro seja comum, simples, já visto antes. Em Avatar, isso ficou totalmente em segundo plano, na minha opinião. A maneira como a história foi conduzida nos levava a prestar atenção muito mais no que o homem pode fazer com a tecnologia. Levou-me também a pensar que a nossa imaginação não tem limites, muito menos a nossa capacidade de produção. Avatar não é um filme para celebrar a conscientização ambiental: é para celebrar a capacidade, a criatividade e o talento humanos.
Várias vezes, enquanto assistia ao filme, me pegava pensando no quanto gostaria de brincar naquele jardim fluorescente, tocar naquelas plantas que lembram dormideiras (pra quem não sabe, ao relar numa dormideira, ela dorme i.e. fecha as folhas) e voar naquele animal. Exceto a última, são coisas totalmente banais. Mas James Cameron parece ter conseguido criar uma atmosfera que fomenta essas vontades, que as torna tão mais complexas e sofisticadas do que na verdade são.
Talvez isso seja o diferencial do filme: mostrar como o simples pode ser magnífico dependendo da maneira como é retratado. E talvez seja essa a essência do filme.
Avatar já me cansou, mas visões distintas são sempre bem-vindas e ajudam a construir argumentos, por isso parei pra ler o que você escreveu.
ResponderExcluirDe todo modo, não aceito que alguém gaste rios de dinheiro para "mostrar o simples". :P
Concordo em muito com você, e olha que eu não esperava nada desse filme. Vai ver isso ajudou, não criei tantas expectativas.
ResponderExcluir