quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Criatividade na faculdade

A faculdade assassinou o pouco de criatividade que me restava. Sim, é com essa frase que abro o post de hoje.

Eu me lembro da minha primeira aula de Português Instrumental, em 2008. Aliás, até hoje não sei a razão de 'instrumental'. Enfim, a professora pediu que pesquisássemos o que era dissertação, resumo, ata, resenha, tese, entre outros tantos termos que seriam freqüentes. Até então, dissertação, para mim, era um tipo de redação baseada em nossa opinião. Sustentava-se por meio de nossos argumentos e estes poderiam ser oriundos de quaisquer lugares sem qualquer tipo de referência. Obviamente isso torna tudo muito mais prático, pois que estudante carrega consigo revistas e livros para fazer uma redação? Nunca vi nenhum.

Bom, eu fiz a pesquisa e descobri que dissertação é o trabalho que alguém que tenta mestrado deve fazer. Choquei-me. A situação piorou quando descobri o tamanho, o que deveria conter e tudo o mais. Adeus, resumos que eu fazia pra estudar. A bola da vez eram resumos com no máximo 100, 150 palavras. Adeus, opiniões. Agora era tudo referenciado, tudo escrito por autores de fontes confiáveis e que tivessem seus trabalhos publicados em periódicos, congressos, seminários ou tivessem escrito dissertações e teses.

Por que me assustei? Porque eu gosto de escrever minha opinião sobre determinados assuntos. Percebi que não haverá muito isso na faculdade, pois lá realmente percebemos o quão nosso conhecimento é limitado, o quanto dependemos de pesquisas e mais pesquisas para que algo seja academicamente válido. Eu fico um pouco triste com isso porque não gosto muito da sensação de não ter, nem saber o que falar. Claro que isso é um incentivo ao aprendizado.

Porém, eu fico realmente triste porque eu gosto muito de escrever e não tenho mais como exercitar isso como gostaria. Sim, este blog é a válvula de escape. Mas só fui idealizá-lo dois anos depois, quando parte da minha criatividade se esvaiu. Claro que isso é um exagero, sei que é questão de prática e de fazer exercícios de inspiração e observação. Entretanto, a faculdade fez com que isso deixasse de ser um hábito e a criatividade que eu tinha pra fazer textos e escrever histórias já não é mais a mesma...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Montanhas

Era uma casa muito engraçada:
não tinha teto não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão.
Ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede.
Ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali.
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos número zero.


De que adianta você querer conservar algo por questão de orgulho, de posse? Aliás, por não querer assumir que está errado, que perdeu. Grande coisa. Grande orgulho. Quer orgulhar-se do quê? De algo aos pedaços? Faça bom proveito.

sábado, 23 de janeiro de 2010

As Crônicas de Maria Clara



Princesas, príncipes, reis, rainhas, animais falantes e um leão não domesticado num mundo totalmente diferente do nosso. Feiticeiras, dríades, centauros, anões, calormanos, Arquelândia e batalhas. Muitas batalhas. Já sabem do que falo, não? Sim, d'As Crônicas de Nárnia. Este se tornou um dos meus livros favoritos e compete de igual com Harry Potter. Por quê?

Primeiramente, é um livro sem rodeios. As descrições são feitas sem rodeios e detalham o que é essencial à história. É um livro enxuto e que não depende de bengalas narrativas para agradar o leitor. Obviamente, C.S. Lewis fez observações pessoais, mas a sensação que nos provoca é a de um pai ou avô contando uma história ao filho ou neto. Funciona como se uma pessoa narrasse o que observou há muito tempo, mas que foi suficiente para a marcar profundamente. Lembranças que são contadas de modo a transmitir a mesma sensação que o narrador teve ao vivenciá-las.

Em segundo lugar, a história em si é muito simples. As tramas poderiam até ser tidas como clichês, uma vez que envolvem a luta do Bem contra o Mal e todas as tentações nesse meio. Entretanto, por que deveríamos considerar clichê algo a que todos estão sujeitos? Taí algo em que o ser humano peca: essa enorme vontade de classificar e encaixar as situações em algum estereótipo, em algum padrão. Acredito que isso tende a subestimar muito potencial, muita grandeza. Diminui a obra, pois exclui os detalhes e busca um panorama, uma generalização. Isso não dá certo com Nárnia. A história não é clichê: é um lago que aparenta ser raso mas, somente ao mergulharmos, notamos quão profundo se torna.

Ademais, é uma história de fé. Pelo menos foi isso que me provocou. Não digo fé somente no sentido religioso, mas no sentido de confiança, de crença, de otimismo. Obviamente, se nota muita relação com uma história bíblica; não nego que são muitas as semelhanças. Contudo, não enxergo problema nisso. É uma história que ensina que as pessoas são capazes de mudar, por mais ruins que sejam. Ensina a bondade, a gentileza, a recompensa por atos assim caracterizados. Não importa que essa recompensa seja material ou mesmo espiritual. O que importa é que pessoas dispostas a fazerem o bem às outras são confortadas quando necessitam. Entretanto, ainda assim têm ciência de que essas recompensas são limitadas.

Lá, ninguém tem tudo o que quer, não importa o que tenha feito. É preciso suar a camisa, fazer por merecer, realmente correr atrás da felicidade. Ambição, beleza, tudo isso é passageiro. O que fica é o conhecimento obtido ao vivenciar determinadas situações. Aliás, o conhecimento é o bem mais precioso do homem. Não o conhecimento a que estamos familiarizados proveniente da escola. Falo do conhecimento da vida, das experiências, do aprendizado por meio da ação e da convivência.

Sim, também gosto por me identificar com certos personagens. Devo dizer que com aqueles aparentemente menos ilustres, como o Eustáquio: resmungão, pessimista, sozinho, sem amigos. A maior parte da vida eu fui como ele; ainda há vestígios. Fiquei feliz, no entanto, ao descobrir que até ele tomou jeito. Bastou ele enxergar seus defeitos e começar a mudar. Bastou ele crer numa causa maior e perceber que as nossas impressões nem sempre correspondem à realidade. Muitas vezes, escolhemos sofrer. Li hoje o seguinte:
"The primary cause of unhappiness is never the situation but your thoughts about it." — Eckhart Tolle.

Para mim, As Crônicas de Nárnia tem um significado muito especial, principalmente por provocar reflexão e identificação. É um livro infanto-juvenil que me ensinou muito e cujo conteúdo eu pretendo carregar para o resto da minha vida.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O diploma é um objeto



O que não falta é material para possíveis posts de hoje. Entretanto, não vou prestigiar quem não merece, muito menos escrever sobre experiências desagradáveis que merecem ser esquecidas. Nem vou falar sobre o que levou ao fechamento da comunidade Montanhas da HPB, pois quem lê meu blog já sabe o que houve e tudo que poderia ser dito sobre isso já foi.

Eu planejava escrever sobre o significado da graduação dois dias atrás. Contudo, senti que o assunto da minha vó estava mais fresco na minha cabeça. Aliás, sobre isso, não adianta falar: descobri que minhas reclamações de fato esbarram na autoridade de quem pode resolver a situação. Enfim, hoje não são experiências, mas observações pessoais que apresentarei aqui.

Um dos aspectos que mais valorizo num indivíduo é a educação. Não estou falando de gentilezas, nem do tratamento dispensado aos outros (pela qual também prezo muito). Não, falo da Educação, do aprendizado escolar. O indivíduo não precisa necessariamente ser um gênio, muito menos um dos melhores da turma, mas valorizo que tenha uma formação educacional ou pelo menos busque tê-la e tirar dela o máximo proveito. Entretanto, acredito que o papel da Educação tenha se distorcido nos últimos tempos.

Do que falo exatamente? Daqueles que consideram a educação garantia máxima de capacidade. Já me disseram que quanto mais sabemos, menos sabemos. E também já me disseram para jamais subestimar a capacidade intelectual de alguém, inclusive se essa pessoa não tem diploma ou não teve a oportunidade de ter ensino formal. A minha professora disse que houve um episódio curioso na empresa dela. Um funcionário do chão de fábrica foi capaz de propôr uma solução genial para um determinado problema, sendo que os gerentes passaram meses sem sair do lugar. Querem um exemplo mais fidedigno? O Lula. Preciso explicar a razão?

Agora, há também o caso inverso. Meu pai, por exemplo, é engenheiro elétrico e tem doutorado. Quem conserta a fiação da casa é a minha mãe, a qual fez Magistério há quase 30 anos e jamais exerceu a profissão. Ela é costureira, artesã e dona de casa. Conserta encanamento, instala prateleiras, faz serviços de marcenaria em casa. Nem precisa dizer quem deveria fazer isso se formação fosse igual a capacidade, aptidão e habilidade.

Às vezes, ocorrem outros episódios em que graduandos em determinado curso humilham outros por acharem que a possibilidade de conquistarem um diploma os transformam em especialistas. Veja bem, o que impede uma pessoa de ter aptidão para comentar determinado assunto, ainda mais se ela busca se inteirar dele sempre que possível? E por que você rejeitaria uma sugestão dada de boa vontade somente porque você julga que a pessoa não é digna de dar opinião? Sim, eu fiquei indignada com isso. É de uma arrogância que não se calcula, não se compara.

Eu faço Administração, mas tenho plena consciência de que não sei tudo, nem nunca saberei. Todos estão sujeitos a receber opiniões de alguém que nem sempre é da mesma área. E geralmente essas opiniões oferecem um ponto de vista diferente, que tem muito a acrescentar a suas premissas.

O diploma é um mero objeto. Ele só vai ter algum significado se você fizer valer a pena. E ele não é nenhum escudo, não, muito menos uma armadura reluzente. Você pode muito bem ser superado por alguém que simplesmente tenha gosto e amplie conhecimentos numa determinada área. Julgar-se superior por achar que um curso garante sua infalibilidade só demonstra que você se esqueceu de um dos princípios mais valorizados pelo sistema educacional: a humildade.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vó Ditinha

Hoje eu estou totalmente indignada. Portanto, o post de hoje possivelmente terá xingamentos, pois eu realmente preciso de uma válvula de escape.

Olha, se tem uma pessoa que eu amo nesse mundo é a minha vó Ditinha. Sempre tive uma ligação muito grande com ela, sempre gostei de visitá-la e ouvir suas histórias, mesmo que repetidas. Eu gosto da companhia dela, embora não tenha conseguido desfrutar muito disso nos últimos tempos. Bom, hoje, voltando da oculista, mãe e eu passamos na casa da vó. Um dos meus tios estava lá. Não vou dar nome aos bois, pois damos nome a quem elogiamos, não a quem criticamos. Enfim, ele estava passando pano na casa. Minha mãe foi lá avisar que ele TINHA que dar o remédio que o médico receitou. E ele disse que não ia dar! Que já dormia lá e já fazia muito pela vó. Minha mãe falou que eram ordens médicas. Ele começou a gritar na frente da vó, sendo que ela tem 86 anos. Aí ele falou que era ele quem tinha que agüentar minha avó caindo à noite, que ele tinha que tomar conta dele e não sei o quê.

Vamos por partes. Ele se separou. Ele é frustrado. Ele sempre precisa de dinheiro, mas hoje descobrimos que ele usa calças de R$ 250 reais. Ele estava tratando mal a mulher que o criou a vida toda, que pega dinheiro da própria aposentadoria para ele pagar sabe-se lá o quê. Ele foi estúpido, gritou, berrou, só faltou avançar na vó e dizer com todas as letras: VOCÊ É UM PESO. Desgraçado. Babaca. Ignorante. Mal amado. Frustrado.

Pensando em tudo isso, eu virei para ele e pedi que ele parasse de gritar com a vó, pois ele não tinha esse direito. O que ele disse? Ele me xingou, me mandou ficar quieta porque sou menor de idade. Não, eu não sou menor de idade. Tenho 19 anos e muito mais juízo e respeito do que você. Nisso, eu já estava chorando, totalmente chocada com essa situação. A vó estava lá, num canto, totalmente indefesa e frágil, como uma senhora de 86 anos. A minha mãe continuava discutindo com ele e pedindo que ele maneirasse. E eu implorei que ele parasse de tratá-la mal. Ele me chamou de encrenqueira e disse que sabia da minha fama de discutir com os tios.

Sim, eu discuto. Foda-se que são mais velhos e teoricamente têm algum tipo de autoridade. Isso não dá a eles o direito de tratar mal os pais, se intrometerem na minha vida, muito menos me dá o dever de abaixar a cabeça para o que falam. Se eu acho que algo tá errado, qual é o problema d'eu falar isso? Porque, não, eu nunca discuti aos berros com nenhum deles. Apontei erros e pedi que os corrigissem. Mas eles vieram com pedras na mão, ignoraram meus pedidos e agiram a belprazer. E eu sou a encrenqueira.

Sempre há notícias de idosos que são mal tratados, principalmente por filhos. Gostaria de saber onde está a humanidade dessas pessoas, o respeito. Eles precisam de amor, carinho, atenção. Precisam que a gente retribua o que eles passaram a nossa infância nos dando. Quando nós éramos bebês indefesos e frágeis, eles estavam lá para nos tratar com todo o amor. Será que ninguém se lembra disso? Será que só conseguem pensar que os idosos são um peso? E se nós, quando bebês, tivermos sido?

Desculpem-me, mas eu sinto vergonha de ter gente assim na minha família. Dos dois lados. Parecem um bando de cavalos que não percebem o quanto seus pais os amam, o quanto fizeram por eles! Pois a minha avó ficou com medo do meu tio. Ela inclusive disse que eu deveria entendê-lo, que ele é frustrado, que não está numa boa fase. Olhem a bondade da pessoa! Sabe? Ser compreensiva com quem é tudo, menos isso!

Eu chorei, chorei, chorei e chorei. Sei que minhas lágrimas nada mudarão, não farão um coração de pedra se encher de bondade e de compaixão. Mas eu já aprendi que o que fazemos aqui, pagamos aqui mesmo. Não desejo absolutamente nada de ruim para o meu tio, mas sei que um dia ele se arrependerá pela maneira como trata minha avó.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Little Manhattan





Hoje, às 14:30h, eu já tinha certeza sobre qual assunto seria este post. Vamos dizer que eu não precisei pensar muito: o assunto simplesmente apareceu na tela da minha televisão. Mais cedo, eu elaborei uma lista contendo os dez melhores filmes, na minha opinião. Devo dizer que fazê-la foi mais fácil do que eu imaginava, visto que bastou ordenar os filmes que mais me inspiraram e eu já sabia logo de cara quais eram eles. Prosseguindo, o décimo filme da lista é ABC do Amor, mas eu prefiro chamá-lo pelo título original - Little Manhattan - por achar que combina melhor com o roteiro.

Enfim, à tarde, após assistir ao filme As Crônicas de Nárnia, eu fui ver o que ia passar na Sessão de Sábado, da Globo. Eis que me deparo com... Little Manhattan!
Aviso logo de saída que não vou fazer paralelos entre acontecimentos do filme e da minha vida. Desnecessário; apenas falarei do que me agrada tanto no filme.


Em primeiro lugar, a trilha sonora. Sabe quando as músicas realmente casam co
m a história contada, com os trechos em que são colocadas? Pois é o que ocorre em Little Manhattan. Conseguiram até mesmo uma música que contém o mesmo nome de uma das protagonistas, a Rosemary! Sim, muitas das canções falam basicamente sobre o amor. Nada mais pertinente, uma vez que o filme também é assim. Se o Gabe está praticando karatê, nada melhor que Kung-fu Fighting, do Carl Douglas. Se ele está passeando por Manhattan, temos In My Life (música escrita por Paul McCartney e John Lennon), cantada por Matt Scannel. Temos, também, Map of my Heart e Sleepless in Brooklyn, de Chad Fischer e Lazlo Bane. A trilha também é composta por Elvis Presley, Etta James, The Meadows (com uma das minhas preferidas: Younger Yesterday), Everlast e Loston Harris, descrito como o melhor cantor de Nova York.

Aos interessados, a trilha sonora completa está em http://www.imdb.com/title/tt0412922/soundtrack


Mas não somente de boa música sobrevive o filme. Os cenários em que as cenas foram filmadas são espetaculares. Se algum dia você precisar divulgar o que há d
e bom na sua cidade, sugiro que contrate a equipe responsável pelas locações de Little Manhattan. O bairro jamais me pareceu tão atraente, não bonito, tão pacífico quanto foi mostrado no filme! Não imaginava que o Central Park era daquele jeito! Muito menos que os prédios do bairro seriam tão aconchegantes e convidativos. As ruas não são caóticas e pareceram perfeitas para o hobby do Gabe: andar de patinete. A ciclovia do Hudson, aliás, merece menção honrosa: é de obras assim que todos precisamos.


Os atores também são encantadores: Josh Hutcherson e Charlie Ray, apesar de pouco experientes, convencem. Agem exatamente como garotos de 10 e 11 anos, respectivamente, agiriam diante de um amor precoce assim. São espontâneos, inteligentes. Não fizeram suas personagens de maneira caricata, exagerada ou contida. Foram direto ao ponto, sem rodeios. Foram Gabe e Rosemary até o fim.



A imaginação de Gabe também foi graciosamente retratada. A maneira como mostraram até onde ele poderia se movimentar em Manhattan foi muito interessante, principalmente porque utilizaram de fato um mapa. Além disso, ao mostrarem como funcionava a antiga brincadeira dele de transformar prédios em navios piratas foi adorável. Pequenos detalhes que valorizam o filme.


Além disso, a própria maneira como a história foi conduzida: desde as impressões iniciais dos meninos a respeito das meninas, às lembranças de Gabe de que ele sempre convivera com Rosemary até o dia em que ele se descobre apaixonado por ela. O sofrimento físico, psicológico. Tudo contado de maneira leve com detalhes aos quais qualquer apaixonado estaria sujeito. O divórcio dos pais de Gabe foi explorado exatamente como deveria, dando margem, aos poucos, para o desfecho da história. As incertezas do garoto são compreensíveis por qualquer um que já tenha se apaixonado, amado ou mesmo gostado de alguém. A tensão, os ciúmes, as brigas! Sim, é um amor infantil. Mas, ainda assim, é amor.


Não há nenhuma razão especial por eu gostar de Little Manhattan, além das apresentadas neste post. Tenho plena consciência de que não se trata de uma obra de arte, muito menos de um marco na história do cinema. Como se isso fizesse alguma diferença para meus sentimentos...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A menina e suas viagens


Ok, acabei de colocar Franz Ferdinand pra tocar enquanto começo a escrever mais um post que ninguém vai ler mesmo. Minha cabeça anda meio ocupada com determinados assuntos e tenho tido dificuldades em me focar para escrever aqui. Muitas idéias, mas nenhuma parece ser pertinente. Não que eu precise justificar meus posts, mas tem coisa que simplesmente não se encaixa... Isso é complicado: tem tanta coisa que eu gostaria de compartilhar aqui, mas não agora. E são temas simples, não são sérios ou dúbios. Mas não parecem pertinentes, não fluem, não são apropriados. Espero que entendam meus dilemas.

Eu adoraria falar sobre música, mas sinto que não disponho do conhecimento necessário para tal. Sei que não sou escritora profissional e nem tenho a intenção de me tornar. Aliás, um dia, comentando sobre o blog, eu ouvi o seguinte "meu Deus do céu, mas é apenas um blog!". Imediatamente, repliquei: "mas eu amo escrever, fiquei tanto tempo sem exercitar e estou com a cabeça cheia de idéias!". Hoje, sei que a resposta mais apropriada deveria ter sido "é apenas um blog, o que não significa que não deva ser bem feito, oras bolas!".

Taí uma coisa que eu sou: caprichosa. Alguns poderiam dizer que se chama perfeccionismo ou até mesmo obsessão. Discordo, estão errados. Eu gosto mais da palavra capricho, pois sempre achei que ser caprichosa fosse um elogio nos tempos de escola. Todas disputavam pelo caderno mais caprichado, pela letra mais redondinha e... caprichada! Novamente, se trata apenas de querer fazer algo direito, bem feito. Não somente para causar boa impressão ou engrandecer o ego. Muito menos somente por exercitar a vaidade. Não. Por que fazer algo medíocre quando você pode fazer algo caprichoso, melhor, mais interessante? É um desperdício, não?

Mas, voltando, é por isso que não ouso escrever sobre determinados assuntos. Dá aquela sensação de vergonha, sabe? De dizer algo totalmente longe da verdade, de não ser capaz de exprimir uma opinião condizente com a realidade. Sinto que preciso de mais informação para me aventurar a fazer isso. Por isso os posts daqui acabam sendo tão pessoais: o que melhor conheço no mundo sou eu mesma. Assumo que não me conheço tanto quanto gostaria, mas estou ciente dos meus gostos, daquilo que já vivenciei, de minhas esperanças e medos.

Claro que isso é um tanto quanto chato. Não sei se as pessoas gostam de ler os devaneios, as incertezas, os sentimentos de outra pessoa. Não sei até que ponto isso deixa de ser legal e se torna monótono, chato, enfadonho... Já aviso que será assim na maioria das vezes. Já aviso que o blog é totalmente subjetivo. Nada de textos de algum possível eu-lírico. Não sei fazer direito: por que, como disse, faria, então?


Aviso, também, que embora algumas das minhas lamúrias sejam compatíveis com suas experiências, outras serão totalmente incompreendidas. Mas não é assim o ser humano? Duvido que um psicólogo seja capaz de compreender totalmente seu paciente. Ou que todas as intenções dos indivíduos sejam entendidas em sua essência. Não, a incompreensão permeia toda e qualquer situação. Acredito que há sempre o elemento desconhecido. Aceitamos, mas nem por isso compreendemos. Damos nossa opinião, mas nem sempre após a compreensão total dos fatos.


Aliás, talvez esse pedaço onipresente de incompreensão seja responsável por tantas discussões. Afinal, mesmo após explicações e explicações, tendemos a pensar: "mas não era esse o caminho! Eu não teria agido assim, teria feito de tal forma! Você sofreu à toa! Você não pensou!". Isso também esconde toda uma subjetividade, não, uma vez que
outsiders tendem a ter uma percepção diferente. Logo, compreendem de maneira diferente. Interpretam de outro jeito. Esse é o pedacinho de incompreensão agindo.

É como eu disse uns posts atrás: nunca conseguimos, de fato, nos colocar no lugar do outro.
Dizendo isso, sei que também demonstro não ser tão empática quanto gostaria. Quer dizer, se espero que os outros compreendam o que eu disse, por que não sou capaz de compreender seus conselhos e sugestões? Acredito que escrever isso, ou seja, reconhecer o problema, é um passo para o resolver. Dividir experiências, apesar de às vezes ser arriscado, é muito útil. Claro, se há algum retorno, algum feedback.

Digo que é arriscado não porque sou pessimista, mas porque acredito que há um limite. A propósito, falar sobre isso era uma das minhas idéias, mas não funcionou. Enfim, é como li esses dias: "da minha intimidade, quem cuida sou eu". E isso é ainda mais verdade quando não se trata apenas da sua intimidade. De qualquer forma, é uma das razões por eu ter dificuldades em escolher assuntos para posts. Eu, de fato, preciso escolher. Não estou reclamando: gosto disso, acredito nisso, faz parte, como diria o grande Kléber Bambam. Isso, de alguma forma, reforça meus exercícios mentais, gera mais necessidade de reflexão. E, acreditem, pensar nunca é demais.

Não sei como cheguei a isso. Relendo o post, não entendi até agora como meus pensamentos fluíram nessa direção! Haha, acho que eles funcionaram com ímãs até que eu, finalmente, conseguisse dizer o que queria desde o começo! Ou eu simplesmente ando pensando demais nessa grande quantidade de tempo livre que tenho tido. Aquelas brainstorm sessions recomendadas por minha professora de Empreendedorismo estão finalmente acontecendo, mesmo que na hora menos recomendada. Não entenderam nada? Eu também não.

PS: terminei o post ouvindo Lucid Dreams. Aliás, ouvi Tonight em seu decorrer. Será que isso ajuda a explicar alguma coisa?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Um show de notícias

Estou assumidamente sem criatividade, tanto que ontem nem houve post. Sugeriram (: que eu escrevesse ou sobre Gustop ou sobre o quanto gosto de bolo de fubá. Entretanto, sei que ambos os posts levariam certo tempo para serem elaborados, pediriam algumas lembranças e poderiam até ser dúbios.

Não sabia sobre o que escrever, mas a inspiração veio quando precisei entrar no site Ego para ler uma notícia sobre o Michael C. Hall. Deparei-me com uma avalanche de manchetes e tive que ler duas vezes para acreditar que estavam na seção notícias do site. Postarei, então, algumas delas. Tirem suas próprias conclusões.

Monique Evans e Naiá confundem Haiti com Taiti no Twitter: taí algo que não se vê todos os dias

Hugh Jackman é rigoroso com sua alimentação: prevejo uma nova fórmula de Dream Week

Beyoncé quer frutas americanas e suco de aloe vera em seu camarin: achei que aloe vera só servisse para shampoos

Dicesar, do BBB, já quis ser padre: Padre Dicesar de Mello

Glória Maria se delicia com suco em almoço: prevejo nova garota propaganda do Master Juicer

Lilia Cabral bate perna com filha na Zona Sul do Rio: é bate o pé, bate o pé, bate o pé...

Danielle Winits e Betty Lago almoçam em Ipanema: ficaria mais preocupada se não almoçassem

Ana Lima aproveita praia no Rio de Janeiro: ela e o restante da cidade

O de sempre: Mirella Santos vai à praia no Rio. Novidade: desta vez, com Latino!: U-A-U

Joseane estava trabalhando como corretora de imóveis antes do BBB: ainda bem que ela tava trabalhando, né

Mulher moderna é isso aí! Cynthia Howlett anda de moto no Rio: quanta modernidade... deveria se juntar ao The Modern Family

Fãs de avatar dizem ter depressão depois de assistir ao filme: ok, essa precisa de um comentário à parte. A causa da depressão é fato d'eles quererem ir para Pandora, mas não poderem. Sinto que não captaram o espírito do filme. Mas, independente disso, quanta vergonha alheia...

Vento levanta vestido de Maria Rita no Rio: danadinho! emma/Eu processava

De vestidinho curto, Vera Fischer compra flores no Rio: e se fosse longo? E se fossem bombons? Hein, hein?

Giovanna Antonelli almoça com amigo em churrascaria no Rio: da série Exclusividades dos Famosos

Nicole Bahls foge do calor com banho de mar no Rio: ela e metade da cidade, né

Eliéser, do BBB, quebrou dente ao fazer flexão no quarto do hotel: minha irmã quebrou quando a amiga caiu sobre ela

Vestido ousado de Milena deixa tatuagem à mostra: choquei! Por ainda falarem dela.

Chicletinho de Thiago Lacerda faz sucesso em Fashion Rio: nova campanha: twitter do chiclete do Thiago Lacerda

Nada mais a declarar. Sinto que se comentar, estraga.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A sopa de legumes

Sei que não é um excelente padrão de comparação, mas posso dizer que comigo funciona. A freqüência de preparação de sopa de legumes aqui em casa reflete quão boa está a situação familiar. Mais precisamente, da minha mãe comigo.

Eu amo a sopa de legumes da minha mãe. Batata, cenoura, chuchu, batata-salsa, carne em cubinhos, espaguete... Aquele caldinho delicioso! Só de escrever e me lembrar, minha boca se encheu d'água. Ah! Com toda certeza, é uma das coisas de que mais gosto e de que mais tenho saudades.

Quando eu era criança (ia dizer pequena, mas poderia gerar certa confusão), fui apresentada a esse saboroso prato. Não me lembro quantos anos tinha, mas a sensação é de que conheço desde sempre. Apaixonei-me. Não foi somente pelo prato, mas por todo o ritual que o envolvia. Era tão gostoso ver minha mãe descascar os legumes enquanto conversava comigo! Eu costumava brincar de apresentadora de televisão e fingia que ela era minha convidada, como no Note e Anote. Aí vinha depois aquele barulho do alho com sal fritando no óleo! O cheirinho do tomate! E eu auxiliando minha mãe a tomar conta da panela de pressão, fazendo de tudo para que aquele prato fosse o melhor possível.

Minha vó Nina também costumava fazer sopa aos sábados, mas jamais foi igual. Primeiramente porque ela não podia salgar a comida. Em segundo lugar, porque ela não usava o ingrediente especial que minha mãe sempre disse usar: amor. Minha mãe sempre falou que isso deixava a comida dela gostosa: ela fazia com amor.

Foi assim por muitos anos. Toda semana, tínhamos sopa de legumes. Caso eu ficasse doente, já sabia que isso me aguardava. Se estava triste por alguma coisa, mamãe também fazia, pois sabia o quanto eu ficava feliz com aquilo. Eu tomava dois, três pratos! Jamais me enjoava, jamais reclamava. Durante 2007, ano de vestibular, posso garantir que essa comida me deu uma força a mais.

Ano passado, a quantidade de sopas despencou. Sim, eu passei a estudar à noite, mas isso nunca serviu de desculpas para eu não tomar sopa de legumes. Eu costumava tomá-la às 18h e continuava com esse horário desocupado na maioria dos dias. Bastava eu tomar menos, oras. Mas eu passei a ter que implorar por sopa de legumes e por qualquer outra coisa que quisesse. As clientes, as pessoas de fora, minha irmã, meu pai. Há! Essas podem ter atenção quando quiserem, têm um espaço quando precisarem. Basta pedirem. Alias, nem precisam pedir. É gratuito.

A ausência da minha sopa de legumes atingiu um ponto crítico em 2009. Cinco, no máximo seis vezes. Todas imploradas, quase todas feitas de má vontade. Eu fico triste porque sei o rumo que isso vai tomar. Não haverá recuperação: só tende a deteriorar ainda mais. O ingrediente secreto da minha sopa parece estar se esvaindo. Não está sendo dividido, está simplesmente sumindo. Sinto que daqui em diante eu prepararei minhas próprias sopas de legumes.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Isso me dá tique-tique nervoso!




Existem certos detalhes que eu odeio. Não estou falando das pessoas. Aliás, espero que este post não mude de rumo e acabe virando um desabafo, pois minha intenção não é essa. Quero simplesmente falar dos meus tiques, das coisas que acontecem e eu não suporto.

O que me motivou a escrever este post? Algo que me deixou nervosa. Algo que sempre me deixa nervosa. Refiro-me àquele maldito espaço de propagandas do MSN. Ele sempre se expande e, com isso, trava meu computador! E vocês poderiam pensar que isso acontece quando eu clico no banner. Não, basta eu passar o mouse por perto.

Aliás, por falar em computador, me irrito quando insiro o pendrive na porta USB e esta, apesar de reconhecê-lo, não o abre! Quer dizer, a tonta aqui fica totalmente chocada quando uma janela surge informando que o pendrive está vazio. Acreditem em mim, é uma sensação horrorosa quando há trabalhos salvos no dispositivo e você acha que eles simplesmente desapareceram. Ou quando seu zoológico que você fez na casa dele e que está totalmente próspero aparentemente sumiu. Heh.

Atualizações instantâneas também me irritam, principalmente aquelas que necessariamente farão seu computador reiniciar. Experimentem passar por isso quando você tem que levar um arquivo pra imprimir para entregá-lo, mas ainda não acabou de editá-lo ou fazer retoques finais.

Eu tenho sérios problemas com comidas misturadas. De verdade. Aprendi novamente a comer arroz misturado com o feijão e até misturo um tequinho da farofa, mas é somente isso. Nada daquela argamassa que vejo meus pais fazerem, a qual inclui até partes da salada, do bife e até mesmo da batata-frita. Não misturo molho no arroz de maneira alguma. Jamais como macarrão com arroz, não somente pelo aspecto horroroso que fica no prato, mas porque aquilo se torna pesado demais para eu digerir. Quando há comidas com molho no restaurante, coloco cada qual em um espaço e não como se o arroz 'sujar'. Sim, é frescura. Sim, é um tique.




Recentemente, outra coisa surgiu para me irritar. Eu gosto de usar óculos, mas o problema é quando eles ficam embaçados. Aí eu pego a flanelinha dele, limpo com todo o cuidado e ele fica limpo. NOT. Ele fica com umas manchinhas do pano! Então eu preciso limpar de novo, com mais cuidado, até que não haja mais mancha algum.

Anos atrás, meias costumavam me incomodar. Mas não todas as meias: aquelas que enrugavam onde os dedos ficam. Incomodava, dava calor, era uma sensação terrível! Até eu descobrir que as meias da Lupo não ficam assim porque são mais macias que o normal.

Vocês podem até dizer que eu sou fresca. Não vou negar, mas posso dizer que já conheci muita gente com tiques piores que os meus. É como dizem: de gênio e louco todo mundo tem um pouco. Talvez a minha parte louca esteja pesando mais a balança atualmente.

P.S.: acabei-me de lembrar de outro tique, pouco antes de finalizar o post. Aliás, ele se refere a um aspecto dele. Trata-se do texto não-justificado. Não sei a razão, mas textos não-justificados tendem a me dar a impressão de descuido. Não consigo ler, não consigo ter um ritmo de leitura. Necessito de palavras umas sob as outras para que o texto me seja harmônico.

Você já fez sua Extreme Makeover hoje?

Como vocês podem ter percebido (até forçadamente, após breve divulgação no Twitter), eu mudei de template. A idéia inicial era fazer meu próprio layout, mas eu realmente não sei como. Tive, então, que optar por encontrar um pronto. Meus agradecimentos a uma certa pessoa que também gostou do mesmo layout que eu e cuja opinião foi essencial para a escolha. E também ao @heitorfacini, que foi quem sugeriu que eu procurasse material pronto. De qualquer forma, foi uma mudança, uma reconstrução. Não total, não extrema, mas foi. E é sobre isso que vou falar. Tchan tchan tchan: Extreme Makeover.



Na semana que passou, eu tive a oportunidade de assistir ao programa todos os dias. Às vezes, mais de uma vez. É um dos meus programas preferidos, mas a ausência de tv a cabo aqui em casa impossibilita que eu o acompanhe. Resolvi baixar os episódios, aliás. Nessa porcaria de bairro tem nem possibilidade de fazer gato. Ninguém leu isso.

Para aqueles que não sabem, o Extreme Makeover: Home Edition é um programa exibido aqui no Brasil pela People & Arts. Um grupo de designers demole e reforma totalmente a casa de uma família necessitada. Sim, é um programa de caridade. Eles realizam os sonhos dessas famílias que lutam com doenças, que fazem trabalho comunitário, que ajudam os outros com o pouco que tem ou que perderam um membro da família e estão sem rumo. Sim, é um programa assistencial que divulga muitas empresas. Entretanto, é uma ajuda que beneficia todos os envolvidos. É bastante diferente do brasileiro Lar, Doce Lar, não somente por começar as casas do zero e terminá-las em uma semana, mas principalmente porque transmite uma veracidade muito maior.

O que mais me cativa no programa não são as reformas que eles fazem. Não são os equipamentos que eles instalam, os quartos que criam. Tudo isso eu posso fazer quando jogo The Sims (a propósito, a vontade de jogar aumentou depois da última semana). Eu sinto uma vontade enorme de participar daquilo, de estar lá. As situações expostas me comovem de uma maneira que gera a vontade de poder fazer algo para ajudar alguém. Sim, é um reality show que cumpre muito bem com seus propósitos. Mas de maneira alguma passa a impressão de querer se aproveitar das situações dos outros.

Os membros da equipe mudam conforme as famílias são escolhidas, ou seja, as equipes não necessariamente são as mesmas. Apenas o líder, Ty Pennington, permanece todas as semanas. Ele é, provavelmente, quem é mais afetado pelos dramas das famílias. Eu gostaria de conhecer alguém como ele: naturalmente bom. Aliás, talvez eu queira ser um pouco mais como ele, um pouco mais como as famílias que ele visita. Apesar de todos os problemas, eles não se deixam abater. Pelo menos não na maior parte do tempo. Conseguem lidar com as adversidades, têm força, principalmente força de vontade. A casa geralmente é o menor dos seus problemas, mas acaba sendo suficiente para reparar a maioria deles.

Tempos atrás, eu tinha sérios problemas com programas assistenciais, tanto atrações de televisão, quanto programas do governo mesmo. Eu era radicalmente contra a maioria deles, pois os enxergava como verdadeiras esmolas. Achava que todos possuíam força de vontade o suficiente para melhorar suas vidas. Mas acredito não ser mais assim. Algumas pessoas realmente não têm opção: ou elas recebem ajuda, dinheiro, comida, casa, ou elas não vão conseguir sair dali. O buraco, para elas, é muito mais fundo do que imaginamos. Não há ânimo que traga arroz ao prato de alguém. Não no tempo que eles precisam. Não na urgência necessária.

Houve uma vez um debate acalorado durante uma aula de filosofia. Uma das meninas envolvidas apegou-se fortemente a sua opinião de que uma pessoa na África necessita de doações porque somente a força de vontade não é capaz de materializar comida no meio do nada. A outra envolvida disse que acha que caridade é inútil e desnecessária. Se vocês conhecessem a segunda, entenderiam a facilidade que ela sente para dizer isso; duvido que algum dia ela tenha sofrido para ter algo assim. Há até alguns episódios envolvendo tal pessoa, mas dessa vez não vou nem contar o milagre, muito menos revelar o santo. Ah, sim, eu não estava envolvida. Não participo de discussões porque já percebi que elas costumam conduzir a barracos lá na classe: os envolvidos costumam se apaixonar por suas opiniões.

De qualquer forma, é óbvio que nenhuma pessoa no mundo tem a obrigação de se desfazer do que tem para auxiliar o próximo. Ela faz isso se quiser, oras. Agora, e o governo? Não é ele o responsável pelo bem-estar dos cidadãos? Acredito que ele não faz mais do que a obrigação ao fornecer auxílios sociais a determinados cidadãos. Dizem que isso torna a pessoa mal acostumada, que ela usa o dinheiro para comprar pinga, etc. Até hoje nunca vi ninguém fazer isso e duvido que seja o comportamento comum.

Acho que falta ao mundo empatia. Sei que falta isso a mim. Ninguém realmente se coloca no lugar do outro, geralmente, principalmente porque é difícil saber ao certo o que os outros sentem ou pelo que passam. É difícil acreditar que muitas vezes uma atração televisiva, que esconde tantos outros interesses, seja capaz de ensinar isso a alguém. Posso dizer que reforçou isso para mim, que me atentou para como eu mantinha opiniões por vezes egoístas ou sem fundamento. Sei que Extreme Makeover: Home Edition é, antes de tudo, um programa de entretenimento. Mas por que não posso enxergá-lo como uma oportunidade? Uma oportunidade de ter a minha própria reconstrução total.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O mundano é legal

Enquanto escrevo esta postagem, termino de comer o misto quente que minha mãe fez e tento conter minhas lágrimas. Não, eu não gostaria de estar aqui. Eu estava viajando, não interessa para onde, nem com quem, muito embora isso já revele tudo por si só. Foi a melhor semana de férias que já tive em toda a minha vida. De longe. De muito longe. Não há fotos como nas outras, não há aquelas lembrancinhas bregas que todos compram. O que há são apenas as minhas próprias recordações e essas eu jamais conseguiria transmitir a vocês, mesmo que quisesse. Se há uma coisa que eu aprendi a fazer é a guardar certos detalhes para mim. Aliás, detalhes, não. Fatos mesmo. Episódios completos que só interessam a duas pessoas e, portanto, devem permanecer entre elas.

Entretanto, eu precisava de uma introdução para contextualizá-los antes de entrar no assunto deste post. Como vocês sabem, eu moro em uma cidade em que não há cinema. Devo dizer que aprendi a odiar a cidade em que moro após essa viagem que fiz, mas isso é assunto para um próximo post. Enfim, como na cidade a que fui há cinemas, eu não poderia perder a oportunidade de assistir a Avatar, o qual provavelmente é o filme mais falado do último mês. Não vou presenteá-los com uma opinião sem fundamentos a respeito de aspectos técnicos da obra, visto que eu sou totalmente leiga em tais pontos.

Já vi um monte de pessoas afirmar que o filme é um baita clichê. Ok, houve diversas passagens cujos desfechos eram bastante previsíveis. Chegava até a comentar 'nossa, só falta acontecer isso' e, de fato, era o que acontecia. Não vou comparar o filme com Pocahontas como muitos já fizeram, pois nem assisti a esse filme. Mas, pelo que vi das sinopses, são semelhantes em alguns pontos. De qualquer forma, isso é algo que eu não entendo: o estigma dos clichês.

Nunca assisti a nenhum filme no qual não observasse algo que já vi antes. Hoje em dia, no entanto, eu vejo que as pessoas usam como critério de classificação de um filme a quantidade de clichês que nele observam. Desculpem-me pela ignorância, mas eu não tô nem aí se o filme tem ou não tem clichês. Se a história for boa, me agradar, qual é o problema do mocinho ficar com a mocinha no final? Eu não me importo de uma história ter ou não situações recorrentes ou mundanas, pois acho que é justamente para isso que um filme serve. O que as pessoas afirmam ser clichê eu enxergo como situações a quais estão todos sujeitos e pelas quais muitos já passaram. As pessoas mudam; as situações, não. Se não fosse assim, o mundo não estaria cheio de gente por aí pra dizer que te entende, que sabe como é, que já passou por algo.

Num filme como Avatar, há diversas situações mundanas. As pessoas não se apaixonam? As pessoas não mudam com o amor e passam a defender outros ideais? As pessoas não caem na real? As pessoas não repensam suas prioridades? Então! Isso é tão comum! Que o roteiro seja comum, simples, já visto antes. Em Avatar, isso ficou totalmente em segundo plano, na minha opinião. A maneira como a história foi conduzida nos levava a prestar atenção muito mais no que o homem pode fazer com a tecnologia. Levou-me também a pensar que a nossa imaginação não tem limites, muito menos a nossa capacidade de produção. Avatar não é um filme para celebrar a conscientização ambiental: é para celebrar a capacidade, a criatividade e o talento humanos.

Várias vezes, enquanto assistia ao filme, me pegava pensando no quanto gostaria de brincar naquele jardim fluorescente, tocar naquelas plantas que lembram dormideiras (pra quem não sabe, ao relar numa dormideira, ela dorme i.e. fecha as folhas) e voar naquele animal. Exceto a última, são coisas totalmente banais. Mas James Cameron parece ter conseguido criar uma atmosfera que fomenta essas vontades, que as torna tão mais complexas e sofisticadas do que na verdade são.

Talvez isso seja o diferencial do filme: mostrar como o simples pode ser magnífico dependendo da maneira como é retratado. E talvez seja essa a essência do filme.


sábado, 2 de janeiro de 2010

Donkey Monkeys

A idéia para este post surgiu por meio de uma conversa no Twitter. Sim, o assunto virou um chat e aconteceu ontem à noite. Tudo teve início quando @matprates postou a seguinte afirmação extraída da NME. Aliás, a lista das 33 tendências que definiram 2009, por autoria de Luke Lewis, é bastante engraçada. Bom, abaixo, a afirmação:

2. Exciting bands becoming boring Thanks to Josh Homme’s influence as 'Humbug' producer, Arctic Monkeys transformed from Britain’s most spikily eloquent band into a bunch of heads-down noodlers with problem hair and an alarming fondness for double denim.

Basicamente, ele diz o que ficou engasgado na garganta da maioria dos fãs de Arctic Monkeys que conheço. Não farei nenhum tipo de crítica musical aqui, até porque não tenho conhecimento ou argumentos a respeito de tal. Pra evitar que seja um fiasco, então, vou falar o que eu acho de tudo isso.

Eu conheci a banda por causa de I Bet You Look Good on the Dancefloor, alguns anos atrás, em 2006. Desde então, nunca mais parei de ouvir. Não sei explicar o que senti, o que me cativou, o que despertou meu interesse neles. Não, não foi o Alex Turner, pois eu só fui descobrir o rosto dele e de todos os outros membros após ouvir o CD incontáveis vezes. O som me pareceu espontâneo àquela época, despretensioso. Algo que eu só poderia levar a sério se eu quisesse. Maseu não queria! Eu só queria escutá-los e me divertir ao som da música deles. Refletia, claro, quando pensava nas letras, mas não era esse o objetivo. Era simplesmente ouvir música de qualidade e me sentir bem.

Continuei ouvindo a banda, mas ainda não conhecia os B-sides, por exemplo. Àquela época, eu ainda não tinha Internet e pedia para os meus amigos baixarem e gravarem músicas para mim. Enfim, em 2007, durante uma viagem escolar para Campinas, eu comprei o Favourite Worst Nightmare e voltei da cidade até aqui o escutando no CD player de uma amiga. Em pouco tempo, eu já decorara as letras todas. O cansaço da viagem passou enquanto eu escutava a voz rouca do Alex em algumas canções. Contagiada pelas batucadas do Matt Helders, eu sem perceber tamborilava meus próprios dedos e a ponta do pé no ritmo das músicas. Devo confessar que eu faço bastante isso, mas somente quando gosto demais de uma música.

Não comentarei o fato de ter perdido o show deles.

Em 2008, passei a ter Internet e foi quando descobri que o material deles não se limitava àqueles dois álbuns que eu ouvia todos os dias. Baixei tudo que pude encontrar deles, inclusive shows! Para mim, eles eram a melhor banda que surgira nos últimos tempos. A simplicidade que eles colocavam nas músicas de alguma forma me soava tão complexa! Sim, eu sei que estou falando como uma pessoa apaixonada. Mas talvez eu tenha realmente me apaixonado pela banda. Claro que isso me privou um pouco do meu senso crítico, mas eu não me arrependo. Eu jamais gostara tanto de uma banda dessa maneira; jamais me identificara ou me interessara por algo assim.

Houve um certo hiato após o lançamento do segundo álbum e dos singles, durante o qual eu me contentei em baixar qualquer tipo de material relacionado a eles. Felizmente, o Alex não ficou parado e logo veio o The Age of the Understatement do The Last Shadow Puppets. Em um grau menor, mas talvez de uma intensidade comparável, me apaixonei pelo som deles. E continuei ouvindo ambos e tendo o mesmo sentimento que tive da primeira vez que ouvi uma música celes.

Soube, então, que o terceiro álbum estava a caminho. Ouvi algumas músicas novas após fazer o download de um show deles. Eu realmente gostei muito do que ouvi, mas não posso atestar a qualidade das músicas porque a qualidade do áudio era lastimável. Mas, algum tempo depois, algumas canções começaram a sair, até que finalmente Humbug estava disponível em toda a rede.

Da primeira vez que ouvi, devo confessar que detestei. A todo momento, eu me perguntava 'Where the fuck are Arctic Monkeys?'. Eu não me senti mais animada como acontece com os outros álbuns. Foi algo diferente, muito mais sombrio, muito mais pesado, muito mais... triste! Alguns instrumentos que eles resolveram usar, como o órgão, me lembravam de funerais de desenhos animados... Só que, ao mesmo tempo, eu me forçava a dar uma segunda chance a eles. A opinião de todos era muito dividida, mas eu tentava achar que eles apenas buscaram uma evolução, algo diferente. Tentaram mostrar que sabem fazer música boa de outro jeito.

Saíram alguns clipes. Crying Lightning, uma das melhores músicas do cd, é inacreditável. Eu não entendi o conceito do vídeo, embora tenha gostado até que surge o deus guitarra do meio do mar. Olhando bem, hoje em dia, eu achei que eles foram bastante presunçosos ao se caracterizarem como a banda. Deu uma sensação de ego inflado... Talvez eles achem que têm capacidade de fazer a música que quiserem, pois todos vão aplaudi-los e enfiar um prêmio em suas mãos. Talvez eles tenham começado a acreditar no hype.

Cornerstone é minha música predileta do álbum. É uma das únicas em que consigo encontrar a essência da banda, pois é a única que me remete às mesmas sensações de 505, embora de uma maneira diferente. O clipe é igualmente inacreditável. Não pode ser real. Não é real. A simplicidade poderia passar por genial - não vou negar que, num primeiro momento, passou. Mas hoje em dia eu acho tão decadente, tão às pressar, tão 'posso fazer o que quero, vocês vão gostar, mesmo que não tenha nível'. Se por um momento eu senti vergonha alheia, posso afirmar que hoje em dia o sentimento está mais para pena.

Eu gostaria de saber qual foi o elo perdido, qual foi o ponto de transformação. Poderia dizer que foi a Alexa Jezabel Ono Chang ou o Josh Homme. Poderia ser deslumbramento com a fama e com o status que eles conquistaram no cenário musical. Mas se a banda resolveu perder a essência por conta disso, acho que perdi um pouco do meu respeito por eles, já que nunca me pareceu ser essa a proposta deles.

E eles mudaram até mesmo no visual, desde os cabelos até às roupas. Não dá mais para comparar nem com a Mallu Magalhães, porque ela pelo menos já foi apresentada a um pente. E eu não sei se o Alex emagreceu ou resolveu usar só roupas que acentuam que ele pesa tanto quanto eu. Sim, sei que estou reclamando de estética, mas até isso reflete essa mudança deles. Aliás, principalmente isso! E o visual deles parece ser tão forçado hoje em dia que passo a achar que a mudança também o foi. Alguém - ou eles - resolveu mudar. Mas parece ter sido tão proposital, nada espontâneo. E é justamente o contrário do que um dia eles foram! Donkey Monkeys!

A minha esperança como fã - e acredito que a de todos - é que eles aprendam a lidar com esse sucesso. Sim, eles são pessoas e fazem o que quiserem de suas vidas. Mas isso não significa que eles não tenham um compromisso com os fãs, que eles não precisem respeitá-los. Sim, sei que eles não batem nos fãs, não desmarcam shows a todo momento. Mas o respeito nesse caso está relacionado à fidelidade à essência da banda, a qual parece ter se esvaído no meio do deserto americano.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A história da menina que gosta de História


Uma das coisas de que mais sinto falta é de estudar História. Estou falando sério: eu amo. Não foi sempre assim, pois até a quinta série, eu nem ligava muito pra matéria. E acabei de me lembrar o porquê disso.

Na quinta série, lá no Colégio Sagrado Coração de Jesus, tudo mudou. Fui estudar de manhã, entraram novos alunos, os professores mudaram todos. Enfim, marcou bastante a minha vida. Acontece que o livro de História foi o que mais me impressionou: ele era colorido, tinha uma textura diferente, tinha gravuras legais e muitos textos interessantes. Entretanto, o professor não poderia ser mais diferente do livro. O nome dele era Alex e hoje em dia ele é dono de um salão de beleza. É. E naquela época ele só dava aula de camiseta rosa. É. E ele usava uma capa protetora para não sujar as unhas de giz. É. Ele fazia luzes com bastante freqüência. É. Isso foi há quase 10 anos. É. Deixando claro que a descrição a que me refiro é a física, pois eu costumo associar o perfil físico dos professores às matérias que lecionam.

Prosseguindo, ele não sabia dar aula direito. Juro, ele não sabia dar aula. Chegou na prova, valendo 6, eu tirei 3,5. Naquele momento, parecia que minha vida tinha acabado, pois eu perdera média. Nunca havia acontecido isso em toda a minha vida! Eu fiquei desesperada, não podia ficar de recuperação por causa dele! Passei a véspera da segunda prova estudando com a minha mãe até às 3h da manhã. Fiz a prova e fui super bem, amém.

Pouco tempo depois disso, o Alex desistiu de ser professor de História e foi cuidar do salão. Em seu lugar, entrou uma professora que era um amor: a Rosana. Meu Deus, como ela era boazinha! E como ela explicava bem! Juro, está no meu ranking de melhores professores da minha vida. Ela fez com que eu me apaixonasse pela matéria e passasse a estudá-la por fora, assistindo a documentários, etc. Ela sempre passava filmes pra gente, trabalhos interessantes que aumentaram ainda mais meu gosto pela matéria.

Na sexta série, eu comecei a 'dar aulas' pr'os meus colegas de sala. Isso perdurou até o segundo colegial, aliás. Enfim, duas delas tinham grandes dificuldades em História. Estudamos muito, muito mesmo. Elas quase gabaritaram a prova e a professora ficou extremamente grata a mim. Deu vontade de falar que não precisava agradecer, que era um prazer passar meu tempo estudando tudo o que aconteceu para que o mundo viesse a ser como é agora.

Posteriormente, na oitava série, tudo desmoronou. Meu novo professor conseguiu entrar para a minha lista de piores professores do mundo. Pra vocês terem idéia, a aula era assim: ele passava alguns tópicos inúteis no quadro numa caligrafia totalmente incompreensível e depois passávamos o restante da aula grifando a apostila idiota. A prova era mobral. O teste era totalmente previsível porque, sabendo fazer duas, era só completar o restante da folha em diagonal.

Mudei de escola no primeiro colegial. A experiência não foi lá muito diferente de estudar no CSCJ. Devo confessar que adoraria ter levado comigo alguns professores de lá para o G9. Mas havia uma professora excelente de História na nova escola: a Benerina. Aliás, hoje em dia eu não sei dizer se a professora era excelente ou se eu é que me tornara uma apaixonada por História, pois eu já chegava à aula dela sabendo tudo que ela ia ensinar.

Também passei a ter Artes. Embora a gente exercitasse o lado artístico, também havia a parte histórica da arte. E eu simplesmente adorava porque era tão legal acompanhar de que maneira o que aconteceu num determinado período influenciou a produção artística de tal! Era apaixonante e foi a partir daí que passei a dedicar meu tempo a assistir a documentários no Discovery Channel.

No segundo colegial, passamos a ter História do Brasil com o Paulino. Ele passava grande parte da aula xingando os EUA, defendendo o Lula, defendendo os sem-terra, condenando o capitalismo, etc. Legal era ver os revolucionários de cadeira da sala aplaudindo o que ele dizia enquanto usavam Nike, Adidas, planejavam intercâmbio para os EUA, etc. Ainda mais legal era ver como eles não faziam idéia do que era a teoria socialista. Melhor ainda era eles acharem o comunismo lindo, mas não terem disposição alguma a agir conforme este. Enfim, foi uma experiência muito desagradável ter aula com esse professor. Hoje em dia ele é vereador da cidade. E olha...

No terceiro colegial, História ficou totalmente em segundo plano na grade curricular. Eu estudava numa unidade parceira do Poliedro, que é a escola em São José dos Campos que prepara os alunos pro ITA. Sim, o foco do ensino era nas matérias de que menos gosto: Matemática e Física. História passou a ser uma matéria corrida, explicada superficialmente, pouco respeitada. Era muito triste acompanhar a explicação das revoluções, das obras que marcaram determinados períodos. A Revolução Francesa, em toda sua magnitude, era alocada a um intervalo de quinze minutos. Napoleão passou a conquistar terras em cinco minutos. Snif.

Na faculdade, História sumiu da minha vida. Evaporou. Nunca mais foi mencionada na minha vida, nunca mais foi estudada, nunca mais teve um lugar de destaque dentre minhas preferências. Não tenho mais tv a cabo/Sky/similares para acompanhar os documentários de que tanto gostava. Não tenho dinheiro para comprar todos os livros que gostaria de ler.

Não sei ao certo se algum dia conseguirei incluir de novo História em minha vida; talvez agora a única história seja a minha. Talvez se transforme num simples hobby, apenas numa distração. Adoraria que meus filhos tivessem a mesma paixão que eu tive, pois aprendi muito com essa matéria. A partir disso, desenvolvi meu senso crítico e acredito que isso seja fundamental a todos. Muitos consideram uma matéria monótona, mas me auxiliou a perceber que tudo o que somos hoje pode ser explicado pelo que fomos antes.

Essa é a história da menina que gosta de História.